A operadora TIM anunciou nesta quarta-feira (5) um plano de redução de custos de mais de R$ 1 bilhão nos próximos três anos, cujos impactos já começarão a ser sentidos este ano e que tem entre suas prioridades a diminuição de gastos com marketing e fornecedores.
“Gostaria de anunciar que estamos conduzindo um plano de eficiência com o qual esperamos alcançar uma redução de mais de R$ 1 bilhão em Opex (despesas operacionais) durante os próximos três anos”, disse o diretor financeiro da operadora Guglielmo Noya, em teleconferência com analistas e jornalistas.
De acordo com o executivo, o plano de redução de custos envolve maior controle de gastos como viagens, comissões, patrocínios e “otimização” das despesas com publicidade.
Outra frente de atuação será a renegociação de contratos com fornecedores e análise de serviços prestados internamente e externamente. “Na empresa ainda existem muitas atividades manuais, acreditamos que a automação de processos seja um ‘driver’ importante de eficiência”, declarou Noya. Haverá ainda a revisão de processos administrativos e de logística.
De acordo com o diretor financeiro, as mudanças já terão “impactos importantes” este ano.
Questionado sobre cortes de pessoal, o presidente da TIM, Rodrigo Abreu, disse que a companhia, por questões estratégicas, evita fazer anúncios de reestruturações.
“Óbvio que existe tensão em relação ao custo de pessoal”, disse Abreu. “Estruturalmente no Brasil é sempre um tópico que precisa de eficiência uma vez que a inflação impacta os custos de pessoal”, disse. “Mas não anunciamos nenhum plano de reestruturação. Estamos fazendo processo de ‘right sizing’, liberar atenção para projetos mais prioritários e evitar crescimento de quadros”, completou.
As ações da TIM exibiam alta de mais de 2% às 11h54, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 1%.
Rentabilidade
A valorização das ações da TIM ocorria apesar da empresa ter divulgado na noite de terça-feira (4) queda de 20,5% no lucro líquido do segundo trimestre sobre um ano antes e recuo de 4,4% no lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
De acordo com Abreu, a baixa se deu diante do cenário econômico mais difícil, o que faz com que a TIM amplie seu foco em ganho de margem e eficiência, com redução de custos e aumento da margem Ebitda.
“Reconhecemos o impacto, seja na receita líquida, seja no Ebitda. Mas indicadores de longo prazo, como receita de dados e negócios gerados, apontam para possibilidade de recuperação”, declarou Abreu.
Segundo o executivo, o aumento da receita de dados móveis compensará o declínio das receitas de voz no médio prazo. “Ainda há potencial de uso de dados pela grande massa da população”, disse Abreu. Na TIM, a penetração de smartphones subiu de 39% da base de usuários no ano passado para 59% este ano.
Outra estratégia está sendo focar em planos pós-pagos, mais rentáveis, mas continuar “protegendo” a base pré-paga com a intensificação de promoções segmentadas, disse Abreu.
No segundo trimestre, a base de clientes pré-pagos da TIM caiu 1,5%, para 61,1 milhões de usuários. A empresa manteve, contudo, a liderança nesse segmento, com 29% de participação de mercado.