A equipe econômica do governo federal disse nesta sexta-feira (4) que o crescimento de 4,6% em 2021 mais que compensa a queda do ano anterior (-3,9%), fazendo o país retornar ao nível de atividade pré-pandemia e mostrando uma "recuperação econômica em 'V'" – expressão usada desde 2020 pelo ministro Paulo Guedes em seus prognósticos sobre o Produto Interno Bruto (PIB).
Na nota, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia alerta para a necessidade de "monitorar a evolução do cenário internacional em virtude do conflito no Leste Europeu" – a guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Além dos "posicionamentos diplomáticos e humanitários", a SPE diz que neste momento cabe ao Brasil "mostrar que é um porto seguro para os investimentos privados", mantendo a agenda de reformas e o processo de privatizações.
Para a secretaria, é preciso fortalecer o mercado de capitais e de crédito, aprovando os projetos de lei do Marco de Garantias e das debêntures incentivadas e a medida provisória de registros públicos. "Seria importante também obter a aprovação legislativa para a privatização dos Correios e realizar a privatização da Eletrobras ainda no primeiro semestre", complementa.
Ao comentar os dados do PIB, o time de Paulo Guedes destaca que o crescimento acumulado de 0,6% em 2020 e 2021 supera o de quase todos os membros do G-7 (grupo que reúne alguns dos países mais ricos), ficando abaixo apenas do avanço de 2% dos Estados Unidos. Dentro do G-20 (19 maiores economias mais a União Europeia), o crescimento brasileiro nos dois anos foi o 9.º maior.
Emprego e investimento permitem PIB maior que o esperado pelo mercado em 2022, diz governo
Para 2022, a equipe econômica afirma que há "boa perspectiva dos investimentos privados", indicada pela produção de bens de capital e sonsagens com empresários e pela expectativa de desembolsos de R$ 78 bilhões no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A SPE também prevê que o mercado de trabalho continuará se recuperando neste ano.
"O impacto esperado da ampliação dos projetos do PPI para 2022 no investimento será de R$ 38 bilhões, o que representa 2,3% a mais de FBCF [Formação Bruta de Capital Fixo, que mede o investimento produtivo] e 0,4% a mais de PIB, em relação aos valores estimados para 2021", diz a nota.
"A normalização dos choques negativos de oferta, que poderá ocorrer com o arrefecimento da pandemia, o reestabelecimento das cadeias produtivas globais, a redução do risco hidrológico, com impactos positivos sobre o mercado de energia, o avanço do mercado de trabalho e a ampliação dos investimentos privados fundamentam uma estimativa de crescimento econômico em 2022 superior ao projetado atualmente pelo mercado", afirma a SPE.
A mediana das projeções coletadas pelo relatório Focus, do BC, aponta para alta de apenas 0,3% do PIB em 2021, mas a equipe econômica tem insistido que o avanço deve ficar mais próximo de sua projeção, que é de 2,1%.
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