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Comércio Exterior

Tinha gente com medo que os EUA ficassem bravos, diz Lula de retaliação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (29) que "muitos" ficaram receosos de que o Brasil retaliasse os Estados Unidos por causa dos subsídios ao algodão norte-americano. A Organização Mundial do Comércio autorizou uma retaliação de US$ 830 milhões devido à medida protecionista norte-americana. No dia 22 deste mês, o Brasil adiou a punição por 60 dias para negociações com os EUA.

"Vocês viram que tinha muita gente com medo que a gente fizesse retaliação achando que uma economia forte como os EUA ficaria brava com o Brasil. Fizemos uma medida provisória listando produtos que seriam retaliados e os EUA usaram o bom senso e foram para a mesa de negociação", disse Lula, durante cerimônia de 30 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O governo norte-americano havia proposto "compensações temporais" ao subsídio destinado aos produtores norte-americanos de algodão. Como os EUA enviaram formalmente as alternativas propostas para a punição, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) entendeu ser possível prorrogar o prazo de diálogo, segundo a assessoria do MDIC.

Na ocasião, Lula disse: "tem muita gente que não gostaria que nosso querido Brasil fizesse retaliação aos Estados Unidos por conta do algodão. Ora, se a OMC tem regras, ela vale para o Gabão e vale para os Estados Unidos. Não pode valer apenas para um. O que o Brasil fez? Exercitou o direito universal, as regras estabelecidas pelos participantes. Graças a Deus, concluímos um acordo e o algodão vai perder o subsídio que tinha. E os povos da África, países como o Benin, que produz 400 mil toneladas de algodão, vão poder viver mais tranquilamente."

Propostas

Entre as propostas iniciais do governo norte-americano, segundo o Ministério do Desenvolvimento, está o estabelecimento de um fundo para financiar projetos de pesquisa e de combate a pragas, que beneficiem o algodão brasileiro. Esse fundo seria financiado com recursos dos EUA no valor de US$ 147 milhões por ano - o equivalente aos prejuízos sofridos pelo Brasil em decorrência dos subsídios aos produtores de algodão daquele país.

Outra proposta dos EUA diz respeito à febre aftosa. Os negociadores norte-americanos teriam se comprometido a declarar o estado de Santa Catarina como livre de febre aftosa sem vacinação. Sem esse compromisso, o processo seria mais demorado. Com a medida, as exportações de carnes brasileiras para os EUA tendem a crescer.

Os Estados Unidos também estariam dispostos a suspender temporariamente a concessão de novas garantias às exportações para todos os produtos agrícolas daquele país.

Segundo o MDIC, as propostas apresentadas oficialmente pelos EUA são as mesmas anunciadas em abril, quando o Brasil primeiro decidiu suspender o início das retaliações.

A OMC autorizou o governo brasileiro a impor retaliações de cerca de US$ 830 milhões por ano aos EUA, em função dos subsídios que o governo americano destina aos produtores de algodão de seu país.

Em produtos, a retaliação brasileira pode chegar a US$ 591 milhões. No início do mês passado, o governo brasileiro divulgou uma lista de produtos que poderão ter o Imposto de Importação elevado como forma de retaliar os EUA. Em propriedade intelectual, a retaliação poderia chegar a cerca de US$ 240 milhões.

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