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Fábrica

TMT tem contas bloqueadas e pára em Campo Largo

Mais de 800 funcionários da empresa TMT Motoco do Brasil, fabricante de motores instalada em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, estão de licença remunerada desde ontem e devem entrar em férias coletivas a partir da semana que vem. A empresa parou de produzir após ter suas contas bloqueadas pela Justiça de Campo Largo, na semana passada, o que tornou impossível o pagamento de fornecedores.

De acordo com o recurso apresentado ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), e que foi negado ontem, a empresa "se encontra em situação extremamente periclitante (insegura), pois sequer consegue movimentar as contas para pagar os salários de seus funcionários". O despacho do desembargador Lauri Caetano da Silva informa ainda que a empresa prevê "conseqüências catastróficas, tais como a falência", caso a situação atual não seja revertida.

A TMT é a maior empregadora do município de Campo Largo. Tem 860 funcionários diretos, e emprega ainda cerca de 300 pessoas indiretamente. Hoje, às 13 horas, os trabalhadores farão uma manifestação saindo da fábrica em direção ao Fórum de Campo Largo, com o objetivo de sensibilizar o juiz responsável pelo caso. A empresa tomou conhecimento da decisão do desembargador do TJ no final da tarde de ontem, e os diretores irão se pronunciar oficialmente sobre o caso hoje.

Desde novembro, a TMT vem tentando, por meio de um plano de recuperação extrajudicial, negociar com seus credores o alongamento do prazo para o pagamento de sua dívida, que, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), está na casa dos R$ 200 milhões. Dos cinco bancos que emprestaram dinheiro à empresa, três – Bradesco, HSBC e Itaú – acataram o plano de recuperação e concordaram em renegociar o prazo para a quitação. As três instituições seriam responsáveis por 80% da dívida da TMT – ou cerca de R$ 160 milhões – segundo uma fonte da empresa que prefere não se identificar. No entanto, os bancos Unibanco e Alfa se negaram a aderir ao plano. Sem a anuência destes credores, foi necessária a homologação judicial do acordo. Além disso, o Unibanco exigiu o pagamento do valor total de seu crédito (R$ 37,986 milhões).

O problema, informa a fonte da TMT, foi que o juiz que analisou o caso em Campo Largo, Éverton Luiz Penter Correa, não homologou o plano de recuperação. Com isso, o Unibanco teve respaldo para cobrar sua parte da dívida. "Como não conseguiu negociar com um banco, o juiz mandou bloquear todas as contas da empresa", afirmou o diretor sindical Olário Krieger.

A empresa recorreu então ao TJ-PR, mas também foi negada, na tarde de ontem, a medida cautelar com o objetivo de atribuir "efeito suspensivo" à decisão do Fórum de Campo Largo – aquela que impossibilitou a homologação do plano de recuperação extrajudicial. O relator do processo, desembargador Lauri Caetano da Silva, alegou em seu despacho que não seria possível suspender uma decisão que, em tese, nada determinou.

O desembargador escreveu ainda que "uma vez rejeitado judicialmente o plano, todos os credores, signatários ou não do acordo, ficam automaticamente liberados para a satisfação dos seus créditos nos termos originalmente contratados".

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