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Setor Farmacêutico

Todas as fichas nas drugstores

O Paraná é o único estado da federação em que uma resolução estadual permite o comércio de produtos de conveniência em farmácias. Embora o conceito de "drugstore" esteja presente em algumas cidades de outros estados por força de legislações municipais ou mandados de segurança, é no Paraná que o modelo ganhou força, tendo como pioneiras suas duas maiores redes, a Drogamed e a Nissei. A grande vantagem é que a venda de produtos de conveniência tem margem de lucro muito superior à do comércio de medicamentos, que têm preços tabelados.

Mas, enquanto a Nissei nunca deixou de apostar no modelo desde que ele foi adotado, no fim da década passada, a Drogamed regrediu. As drugstores chegaram a responder por 90% do total de suas lojas, mas os seguidos fracassos do grupo chileno Fasa – que comprou a rede em 2000 e a revendeu em 2006 – fizeram a empresa repensar o assunto. Agora, a rede promete voltar com tudo ao formato.

"Retornamos por duas razões. A primeira é que o consumidor está acostumado a sair de casa e achar na farmácia, rapidamente, o produto que quiser. Além disso, vender produtos de conveniência faz com que o fluxo de clientes aumente. Você gera a imagem de que resolve o problema do cliente, e cria fidelidade", explica Hugo Rodríguez, proprietário da Drogamed.

As drugstores, no entanto, são bastante criticadas pelas pequenas farmácias – que não têm condições de competir com elas – e por entidades como o Sindifarma-PR e o Conselho Regional de Farmácia. "Para mim, farmácia é um estabelecimento de saúde, e não um mercado. Além disso, o mix de produtos é abusivo em alguns casos. Produtos como embutidos, ração para cachorros e até carvão para churrasco estão longe de ser artigos de primeira necessidade", diz Dennis Armando Bertolini, presidente do conselho. "E isso já promove uma reação. O setor de supermercados apresentou projeto de lei, já aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, para poder vender em suas gôndolas medicamentos que não exigem prescrição médica."

A reação não se limita aos supermercados. A paulista Droga Raia aproveitou a discussão para entrar no mercado curitibano com o argumento de que vende somente medicamentos e produtos de beleza. Em setembro, o presidente da empresa, Antônio Carlos Pipponzi, disse que "o antigo conceito de farmácia resgata a importância do farmacêutico", e que a entrada da Droga Raia no Paraná seria "a volta da farmácia como ela é". A própria Drogamed ressuscitou neste ano uma tradicional marca paranaense, a Minerva, para abrir quatro lojas voltadas exclusivamente à venda de remédios e cosméticos. Uma loja em Curitiba e duas no interior – em Pato Branco (Sudoeste) e União da Vitória (Sul) – estão dando resultados "excelentes", segundo Hugo Rodríguez, proprietário da rede. A exceção fica por conta da filial que fica no bairro Rebouças, em Curitiba, que passou por alguns percalços e teve de ficar fechada por alguns meses, tendo sido reaberta recentemente.

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