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Indústria

Todeschini fecha e demite 336 pessoas

A entrada da fábrica, no Pinheirinho: no fim do ano, estoques de matéria prima já não vinham sendo repostos | Walter Alves/ Gazeta do Povo
A entrada da fábrica, no Pinheirinho: no fim do ano, estoques de matéria prima já não vinham sendo repostos (Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo)

A Todeschini Alimentos, empresa paranaense centenária que produz massas, biscoitos e bolachas, está de portas fechadas. Segundo informações de funcionários e também de seguranças que cuidam da fábrica, localizada no bairro Pinheirinho, às margens da Linha Verde, em Curitiba, as atividades estão paradas desde o dia 22 de dezembro, quando começou o período de férias coletivas.

Os 336 funcionários deveriam retornar às atividades no dia 7 de janeiro, mas encontraram os portões fechados e foram comunicados que a empresa esperava por uma "parceria estratégica" para poder voltar a funcionar.

Na última segunda-feira, no entanto, eles foram chamados para a comunicação definitiva de fechamento da fábrica e foram dispensados. "Disseram que vão liberar o fundo de garantia, mas que o restante dos nossos direitos teremos de buscar na Justiça. Também não recebemos o salário de janeiro ainda", diz um dos trabalhadores, que atuava na empresa há mais de 20 anos e não quer se identificar.

No local da fábrica, não há mais ninguém na área administrativa que responda pela empresa. Os seguranças informaram a reportagem que o advogado Jorge Domingos Neto, com escritório na região central da capital, seria o representante legal da Todeschini e da família que comanda a empresa há quatro gerações. Procurada na tarde hoje, porém, Domingos Neto informou, por meio de sua secretária, que está em viagem em São Paulo e que não está autorizado a falar sobre o assunto.

O Sindicato da categoria, o STIP, por sua vez, confirmou que sabe do ocorrido, mas também não quer se pronunciar. Por ora, espera que o salário dos funcionários seja pago até esta sexta-feira, dia 8. A rescisão dos trabalhadores deve ser feita de uma só vez, no próprio sindicato. Não haveria mais ninguém na empresa para fazer essa tarefa.

Os funcionários que conversaram com a reportagem dizem que em nenhum momento foram comunicados da possibilidade de fechamento da fábrica antes da saída para as férias coletivas. "Em um dado momento desconfiamos um pouco que algo não andava bem porque percebemos que a matéria prima e os estoques estavam acabando e não estavam sendo repostos. Mas nos disseram que era coisa de balanço, de renovação de estoque para o ano seguinte", disse um deles.

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