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política monetária

Tombini acalma mercados, e dólar fecha a R$ 3,99

Pronunciamento de Tombini não estava previsto, mas foi eficaz | Ueslei Marcelino/Reuters
Pronunciamento de Tombini não estava previsto, mas foi eficaz (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

O dólar fechou abaixo de R$ 4 nesta quinta-feira (24) e os contratos de juros futuros interromperam a escalada dos últimos dias após nova ação coordenada do Banco Central e do Tesouro. A trégua veio após um pronunciamento não programado do presidente do BC, Alexandre Tombini, que enfim deu referências aos investidores.

Ele indicou que o Banco Central não pretende elevar a taxa básica de juros (Selic) e disse que não descarta vender recursos das reservas em moeda estrangeira, apesar de o BC utilizar no momento outras ferramentas, como empréstimos de dólares e contratos futuros de câmbio (swaps).

Depois de atingir o valor máximo de R$ 4,249 durante a manhã, o dólar comercial fechou nesta quinta (24) em queda de 3,69%, a R$ 3,992. O contrato de DI com vencimento para 2021, que chegou a apontar 17,5%, recuou para 16%, ante 16,8% na quarta.

“Todos os instrumentos estão à disposição”, disse Tombini. “As reservas são um seguro que pode e deve ser utilizado.” Ele afirmou também que o BC vai manter a taxa básica de juros em 14,25% ao ano por um período “suficientemente prolongado” para derrubar a inflação.

A avaliação do Palácio do Planalto é que a disparada do dólar reflete uma crise de confiança do mercado na capacidade do governo de aprovar o ajuste fiscal e evitar um agravamento da crise.

Tombini disse que queria passar duas mensagens. A primeira, que a instituição irá assegurar que o mercado de câmbio funcione de modo eficaz, mas que não tem como objetivo fixar uma tendência de preços ou uma cotação.

Sobre os juros, o presidente do Banco Central disse que as recentes elevações nas taxas de mercado não devem ser entendidas como expectativa para a trajetória futura da política monetária. Tombini afirmou ainda que as simulações do BC indicam que o sistema financeiro e as empresas brasileiras têm condições de lidar com as condições atuais de mercado sem que haja insolvência.

Intervenções

Na tentativa de reduzir a volatilidade nos mercados de câmbio e de juros, Banco Central e Tesouro Nacional vão manter intervenções. A partir desta sexta (25), o Tesouro inicia leilões diários de títulos públicos prefixados (NTN-F). O programa vai até 2 de outubro. Na próxima terça, será realizado leilão extraordinário de venda de LFT (corrigido pela Selic).

Segundo Marcelo Giufrida, sócio da Garde Asset Management, os leilões têm o objetivo de dar opções aos investidores que, diante do aumento da inflação e do risco Brasil, estão se sentindo “desconfortáveis” com aplicações a taxas prefixadas.

“É um anestésico. O Tesouro e o BC podem instaurar uma certa racionalidade no mercado, mas, enquanto não houver ataque aos problemas que estão mais no perímetro do Congresso e do Executivo, nós vamos continuar nessa situação desconfortável”, diz.

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