Depois de oito anos de Guido Mantega no Ministério da Fazenda, ao menos dois pretendentes começam a surgir no horizonte da presidente Dilma Rousseff para sucedê-lo, em caso de reeleição em outubro. Os economistas Nelson Barbosa, ex-número 2 de Mantega, e Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central (BC), estão entre aqueles com maior desenvoltura, e que contam com maior número de "entusiastas" dentro e fora do governo, no PT e inclusive no mercado financeiro.
Com as crescentes críticas à política econômica, na esteira do rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de rating Standard & Poors (S&P), uma mudança de equipe poderia trazer mais confiança ao governo Dilma Rousseff, ainda que apenas em um eventual segundo mandato, avaliam economistas do mercado. O Palácio do Planalto só analisará a situação no segundo semestre.
Dos dois nomes mais citados, Barbosa é o único que vem trabalhando quase que abertamente para ocupar o cargo. Francamente desenvolvimentista, o economista foi levado ao governo federal pelo próprio Mantega, no início de 2003, quando o atual mandatário da Fazenda foi escolhido pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser ministro do Planejamento.
Ao longo dos últimos três anos, Barbosa foi aos poucos se cristalizando como um contraponto, dentro da equipe de governo, à linha de atuação defendida por Mantega, e pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Isso, justamente, pode ser seu trunfo, avaliam fontes do governo federal.
Entusiastas de Barbosa veem nele alguém capaz de fazer a transição na área fiscal sem solavancos. Já o nome de Tombini é forte dentro do PT e, principalmente, no mercado financeiro. De acordo com um economista de um dos principais bancos comerciais que atuam no Brasil, que falou sob a condição de anonimato, o atual presidente do Banco Central seria o "nome perfeito", nas atuais circunstâncias, para substituir Mantega.
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