O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o Brasil está e estará preparado para enfrentar eventuais ventos contrários, ao se referir à volatilidade no mercado externo. Ele citou o nível das reservas internacionais e o sistema financeiro "bem capitalizado e com níveis elevado de liquidez e provisionamento". Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, ele acrescentou que a produção industrial se expandiu nos últimos meses, com crescimento disseminado, destacando, por exemplo, a produção de bens de capital.

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Sobre a questão da oferta, ele disse que choques de origem interna e externa no segmento agrícola, entre outros fatores, contribuíram para manter a inflação em níveis elevados. No entanto, a avaliação do BC é de que "a inflação tem estado, está e continuará sob controle". Segundo Tombini, a comunicação do BC tem sido consistente com essa visão. Em janeiro, a instituição explicitou sua preocupação com o nível da inflação e indicou que não compartilhava o entendimento de que cortes adicionais dos juros seriam apropriados. "Em março, reafirmou sua preocupação e sinalizou que num futuro próximo ocorreria uma resposta de política monetária."

"A comunicação é parte integrante do processo de condução da política monetária. Mas ações também foram tomadas. E as mais relevantes foram o aumento de juros em abril e sua intensificação em maio", afirmou.

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Segundo Tombini, o aumento da taxa básica de juros contribuirá para fortalecer a confiança dos brasileiros na economia. Ele argumentou que a inflação mensal já está em patamar menor que nos primeiros meses de 2013, mas admitiu que no acumulado em doze meses ainda apresenta tendência de elevação no curto prazo. "Mas posso assegurar que o Banco Central está vigilante e fará o que for necessário, com a devida tempestividade, para colocar a inflação em declínio no segundo semestre e para assegurar que essa tendência persista neste e nos próximos anos", afirmou.

Câmbio

Tombini reiterou, na audiência, que o regime cambial do Brasil é flexível e deve absorver tanto choques negativos como positivos. "Quando houve uma melhora nos termos de troca da economia, isso se refletiu no câmbio. Da mesma forma, quando se elevou a aversão ao risco nos mercados internacionais, nesse momento ocorre esse fenômeno, as moedas se depreciaram em relação ao dólar norte-americano."

Tombini afirmou que a instituição tem uma política de retirar excesso de volatilidade do mercado. "Estamos sempre preparados para extrair volatilidade do mercado quando ela é excessiva. "Muitas vezes temos uma disfunção em algum segmento e temos instrumentos e condições para entrar nesse mercado e intervir", afirmou.