A situação econômica do Brasil se tornou mais desafiadora depois que o Brasil perdeu o selo de bom pagador, mas a resposta do governo foi positiva para evitar que outras agências trilhem o mesmo caminho. A primeira avaliação pública do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sobre o rebaixamento foi feita nesta terça-feira (15), a senadores e é alinhada à do colega da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo ele, o impacto inicial sentido pela população é o ônus, mas é preciso esperar que os benefícios também venham a reboque.
Aos parlamentares, Tombini reforçou que será preciso “determinação e perseverança” para atingir a meta de inflação de 4,5% no fim do ano que vem. Para isso, a taxa básica de juros deve seguir em 14,25% ao ano por um “período suficientemente prolongado”.
O ministro deixou claro que a Selic só poderá cair quando a inflação recuar e as expectativas dos agentes econômicos estiverem ancoradas. Esta é uma das bases do tripé macroeconômico (câmbio flutuante, sistema de metas de inflação e austeridade fiscal), que, segundo ele, é o modelo ideal para o Brasil “neste momento”. Aliás, na avaliação de Tombini, a taxa de juros brasileira atual é de “passagem” e não um patamar a ser mantido no médio e longo prazos.
De qualquer forma, lembrou o presidente, não há voluntarismo do BC que baixe a taxa de juros de mercado. Do final de julho até as últimas semanas, essa taxa negociada no setor privado saltou de 13% ao ano para 15% ao ano sem que qualquer decisão de política monetária fosse tomada. Isso ocorre, de acordo com Tombini, porque outros fatores influenciam os negócios, como o cenário externo.
Câmbio
Para o presidente do BC, caso a instituição não tivesse atuado no mercado de câmbio, haveria uma “quebradeira” do setor privado no país. Esse foi o assunto mais presente durante a audiência pública, já que os parlamentares se mostraram desconfiados dos reais benefícios trazidos pela intervenção do BC.
Tombini não antecipou, no entanto, qual seria a próxima medida da instituição para amenizar o vaivém do dólar. “A política do BC não visa a estabelecer um teto para o dólar. Nosso regime de câmbio é flexível”, reforçou.
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