O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse nesta quarta-feira (18) que as ações de controle da inflação, iniciadas em abril último com a retomada do processo de elevação da taxa básica de juros (Selic), serão mantidas por "um período de horizonte relevante", porque a inflação ainda está "em um patamar desconfortável". Tombini lembrou que baixar a inflação é um compromisso do BC para dar mais confiança ao mercado. "Confiança é condição necessária para a consolidação do crescimento econômico do país", destacou Tombini, em audiência pública no Congresso Nacional, que reuniu deputados e senadores de seis comissões.
Pelo Artigo 9º da Lei de Responsabilidade Fiscal, a autoridade monetária tem de apresentar aos parlamentares, uma vez por semestre, um relatório com a avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial.
Ao falar sobre as diretrizes da política monetária, o presidente do BC considerou bem sucedida a política de leilões diários para irrigar o mercado com dólares, adotada no mês passado, porque baixou a cotação da moeda norte-americana em torno de 8% nas três últimas semanas. O dólar caiu de R$ 2,42 para R$ 2,26 no pregão desta terça-feira (17). "O patamar de câmbio hoje é mais favorável à produção nacional", ressaltou Tombini.
Ele reafirmou que os fundamentos da economia brasileira continuam sólidos, como mostra o saldo positivo de R$ 17,7 bilhões do BC no primeiro semestre e o crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país, no período de maio a junho. Tombini acredita, inclusive, que o PIB "certamente será de expansão também no terceiro trimestre", em linha com o fortalecimento da confiança das famílias em relação ao emprego e ao consumo.
A audiência desta quarta foi promovida em conjunto pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização; de Assuntos Econômicos e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado; e pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
Tombini: BC continuará a oferecer proteção cambial
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse ainda que a estratégia do BC é "clara" em relação à oferta de proteção cambial aos agentes. "Continuaremos usando nosso amplo rol de instrumentos. Essa estratégia estará presente durante todo o período de transição do mundo atual com o de maior crescimento da economia global", afirmou.
Ele reforçou que a utilização de derivativo de swap cambial, desde março, tem se mostrado importante instrumento. Ele disse que a ferramenta é essencial para reduzir a volatilidade, para prover liquidez e proteger o mercado de disfunções.
Tombini apresentou um balanço do banco no primeiro semestre do ano. Salientou que houve um resultado positivo de R$ 17,7 bilhões, transferido em setembro para o Tesouro Nacional, e que foi visto um resultado positivo R$ 15,8 bilhões considerando swaps e demais operações - que foram compensados por operação específica de equalização do Tesouro.