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crise financeira

Tombini vê cena externo pior e mercado Selic estável

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse nesta quinta-feira já ver moderação no crescimento econômico brasileiro e acrescentou que as políticas adotadas para trazer a inflação à meta já trouxeram resultados "bem promissores".

Para agentes do mercado, foi mais um sinal de que a autoridade monetária vai manter a Selic em 12,50 por cento na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), agora no fim de agosto. A maior parte deles, no entanto, ainda acha prematuro falar em corte de juros.

"O horizonte está estreito e com essa crise (internacional) não dá para dizer nada por enquanto", afirmou o economista-chefe da Máxima Asset Management, Elson Teles.

Em teleconferência com a imprensa internacional, Tombini afirmou, ainda, que a recente piora do cenário internacional será levada em conta pelo Copom em seu próximo encontro.

"Em junho e julho o banco enfatizou a crescente incerteza global e alguns dos riscos que agora estão se materializando e as perspectivas globais vão no sentido de menor crescimento", afirmou Tombini, ao ser questionado se o cenário internacional já era desinflacionário para o Brasil.

O impacto para a inflação do cenário internacional era considerado até o mês passado "neutro ou ambíguo", afirmou Tombini, mas a questão será avaliada pelo Copom, disse, após constatar que o cenário internacional se tornou "mais desafiador" nos meses recentes".

Para o estrategista-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno, a conjuntura ruim do cenário externo e as declarações de Tombini foram entendidas pelo mercado como uma sinalização de que o BC deve manter o juro. Rostagno lembrou, contudo, que as apostas de um eventual corte cresceram.

"Particularmente, acho que o BC não deve reduzir a Selic agora, mas essa queda forte nos DIs hoje indica que essa é a leitura dos investidores", completou.

No call das 16h, os contratos de DI para janeiro de 2012 mostravam 12,12 por cento, contra 12,25 por cento no ajuste anterior, embutindo 60 por cento de chance de uma redução no juro básico no final deste mês, contra porcentagem da véspera em torno de 30 por cento.

Ao comentar o último dado do indicador de atividade do BC (IBC-Br), que apontou retração de 0,26 por cento em junho, Tombini afirmou que "o que vemos é moderação de crescimento no Brasil, em linha com o que temos comunicado aos mercados e à sociedade."

O emprego, apesar de permanecer robusto, está desacelerando na margem, resaltou ainda o presidente do BC, acrescentando que também espera um recuo do crédito à frente e está satisfeito com a evolução das operações mais arriscadas.

Do lado fiscal, os resultados têm sido "muito fortes, muito em linha com o que precisamos atingir", disse o presidente do BC.

"Olhando à frente, é importante manter essa vantagem fiscal."

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