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Paralisação

Trabalhadores da CSN aprovam greve em Minas Gerais

Os trabalhadores da mina Casa de Pedra, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Congonhas (MG), decidiram entrar em greve por tempo indeterminado para pressionar a empresa a melhorar a proposta de aumento salarial. Eles podem cruzar os braços a qualquer momento. Em assembleias na quinta-feira, os mineradores autorizaram o sindicato da categoria a definir o melhor momento para deflagrar o movimento.

"Não vai demorar", disse na sexta-feira (27) o presidente do Sindicato Metabase Inconfidentes, Valério Vieira. "Só estamos terminando de montar a infraestrutura para fazer a paralisação", acrescentou o sindicalista. Com data-base em 1º de maio, os 2,5 mil operários da CSN na Casa de Pedra (há outros 2 mil trabalhadores terceirizados) exigem reajuste salarial de 15%, o que representa 8,7% de aumento real mais 6,3% de reposição da inflação medida em 12 meses pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE. Além disso, os trabalhadores querem R$ 400 no Cartão Alimentação e melhorias no programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Eles já haviam feito uma paralisação de advertência por 24 horas no dia 16 deste mês.

A companhia, controlada pelo empresário Benjamin Steinbruch, oferecia inicialmente 6,3% de reajuste salarial, o que apenas repõe as perdas com a inflação. Na terça-feira, dia seguinte à paralisação de 24 horas, a CSN melhorou a proposta para 7,8% de reajuste e R$ 230 no Cartão Alimentação. "Essa proposta é inaceitável", reagiu o presidente do sindicato, que recusou a oferta na mesa de negociação. "Ela está muito abaixo das reivindicações dos trabalhadores e do avanço da lucratividade da empresa", disse Vieira.

A diretoria da CSN disse, por meio de nota, que a proposta apresentada aos trabalhadores contempla a correção integral do INPC e engloba aumento real nos salários e nos benefícios oferecidos, que "estão acima da média de mercado". Para a companhia, "a greve não acrescenta para a busca de um acordo, cujo principal canal é o diálogo". A empresa informou ainda que buscará o cumprimento das garantias da lei de greve, como o funcionamento das atividades básicas da operação da mineração Casa de Pedra.

Para os sindicalistas, é a "intransigência" da CSN que está levando os trabalhadores à greve. Segundo eles, a paralisação de 24 horas na segunda-feira, que teria comprometido totalmente a produção diária de 60 mil toneladas de minério de ferro, foi uma advertência. "A CSN melhorou a proposta, mas muito pouco ainda", frisou o presidente do sindicato.

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