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Funcionários participam de assembleia para discutir a greve, em setembro. PPE foi a saída para evitar demissões. | Adonis Guerra/Fotos Públicas
Funcionários participam de assembleia para discutir a greve, em setembro. PPE foi a saída para evitar demissões.| Foto: Adonis Guerra/Fotos Públicas

A Ford assinou acordo com os seus funcionários para reverter a demissão de 203 pessoas na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A anulação das dispensas prevê a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e a abertura de mais uma turma de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho). Nesta quinta (17), os trabalhadores da Volkswagen também entraram em acordo para aderir ao programa.

Segundo a marca norte-americana, a redução da jornada e salários será de 20% para os 4,3 mil empregados da unidade e dos escritórios regionais de vendas, pelo período de 12 meses, a partir de janeiro de 2016. Além disso, ficou acordado a abertura de um novo Programa de Demissão Voluntária para empregados horistas no período de 24 de setembro a 9 de outubro.

Negociação

Veja as empresas que aderiram ao PPE:

Volkswagen

Aguardando o aval do governo.

Mercedes-Benz

Aguardando o aval do governo.

Ford

Aguardando o aval do governo.

Catterpillar

Acordo assinado com o governo.

Rassini NHK Autopeças

Acordo assinado com o governo.

Prensas Schuler

Aguardando o aval do governo.

Grammer do Brasil

Acordo assinado com o governo.

Tricol

Aguardando o aval do governo.

“A montadora reforça que continuará utilizando todas as ferramentas possíveis para adequar a produção à significativa desaceleração da demanda automotiva, de forma a minimizar os efeitos sobre a sua força de trabalho”, informou em nota a Ford.

O acordo prevê a prorrogação do lay-off de cerca de 100 trabalhadores, iniciado em maio deste ano, e a inclusão de mais 150 metalúrgicos, que serão afastados pelo mesmo sistema também a partir de janeiro de 2016. A adesão ao PPE terá duração de seis meses e pode ser prorrogado por mais seis. Será instituída ainda uma mesa de negociação permanente. O valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o reajuste pelo INPC e abono salarial, assegurados pelo acordo coletivo assinado em março deste ano, estarão fora dessa negociação e continuam garantidos.

“Sabemos que a situação é complexa, e ficará ainda mais crítica a partir de janeiro, quando haverá novo ajuste na produção da fábrica. Atualmente ela produz 35 carros e 13 caminhões por hora e a partir do início do ano reduzirá as linhas para 31 carros e 11 caminhões”, disse o presidente do Sindicato, Rafael Marques.

Segundo ele, foi mantido o dissídio coletivo assinado em março deste ano, com PLR e INPC, e ainda foi estendido a estabilidade, de março para agosto de 2017. Marques ressaltou, ainda, que no acordo de adesão ao PPE não haverá a redução salarial sobre as férias e que a empresa fará a complementação nos casos em que a metade da redução salarial for maior que o teto pago pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que é de R$ 900.

A Ford é a terceira montadora da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a aderir ao PPE. A Mercedes-Benz já está utilizando o programa. Todas elas negociaram com o sindicato uma redução de 20% na jornada e 10% nos salários. No total, o sindicato negociou a adesão de sete empresas, incluindo autopeças e fabricantes de máquinas.

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