Cerca de 500 trabalhadores da Gerdau, indústria metalúrgica de São José dos Campos, atrasaram em duas horas a entrada dos três turnos de hoje e em assembléia aprovaram paralisação de advertência por 24 horas, rejeitando a proposta de reajuste salarial apresentada pelo setor patronal.
A empresa tentou esvaziar o movimento, atrasando a saída do terceiro turno e desviando a entrada dos ônibus que traziam os trabalhadores do primeiro turno. O Sindicato dos Metalúrgicos local protestou contra a manobra da empresa. "A postura da Gerdau demonstra o quanto os patrões estão assustados com a força dos trabalhadores. As empresas sabem que nós não iremos ceder enquanto as reivindicações não forem atendidas", afirma o diretor José Donizete de Almeida.
Assim como ocorreu em São José dos Campos, em Taubaté, cerca de 7 mil trabalhadores da Volkswagen e da Ford continuaram em alerta, mas sem nenhuma paralisação. "Vamos aguardar as negociações", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Isaac do Carmo.
Até às 18h15 desta quinta-feira, os sindicalistas da CUT e da Conlutas, centrais às quais estão filiados respectivamente, o Sindicato de Taubaté e o de São José dos Campos, ainda tentavam uma acordo com o Sinfavea.
Os sindicatos patronais ofereceram 1,25% de aumento real e 4,5% de correção no piso salarial da categoria, enquanto os trabalhadores de São José dos Campos querem 18,83% de reajuste salarial, reposição das perdas salariais a cada vez que a inflação atingir 3% e piso de R$ 1.450. A CUT pede o mínimo de 4,4% de aumento real.
Empresas e o Sinfavea só irão se manifestar após a finalização das negociações.