Após 24 horas de paralisação em protesto contra a demissão de 260 funcionários, trabalhadores da fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, retornaram ao trabalho na manhã desta quinta-feira (8).

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Na unidade da Volkswagen na mesma cidade, contudo, operários da linha de produção e alguns do setor administrativo seguem em greve pelo terceiro dia consecutivo, contra a demissão de 800 colaboradores, confirmada pela montadora.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC afirma que, como o objetivo dos trabalhadores é tentar reverter as demissões, pode ser que novas mobilizações aconteçam durante os próximos dias na fábrica da Mercedes de São Bernardo.

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A entidade não descarta novas paralisações. Já na Volks, funcionários seguem de braços cruzados no pátio da fábrica, com a produção toda parada, e devem realizar uma nova assembleia de mobilização às 14 horas desta quinta-feira. Até a manhã desta quinta-feira, nenhuma das duas montadoras havia agendado reuniões com o sindicato.

Demissões

Dos 260 trabalhadores demitidos da Mercedes de São Bernardo do Campo, 160 foram desligados pela empresa e outros 100, por meio do Programa de Demissão Voluntária (PDV).

Eles estavam no grupo de cerca de mil trabalhadores que ficaram em lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho) entre julho e novembro. Para outros 750 colaboradores, a empresa informou que prorrogou o lay-off até 30 de abril, mesma prorrogação dada para 170 funcionários da fábrica de Juiz de Fora (MG).

A montadora diz estar aberta a conversas com representantes dos trabalhadores, mas pondera que não pretende reverter os cortes. Em nota à imprensa, a montadora afirma que utilizou todas as "ferramentas legais e negociáveis de flexibilização" para preservar a sua força de trabalho.

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Segundo a Mercedes, foram adotados licença remunerada, férias coletivas e individuais, banco de horas individuais e coletivos, semanas com quatro dias de trabalho, redução para um turno, PDVs e lay-offs e interrupção da produção em dezembro.

Trabalhadores da Volkswagen, por sua vez, pedem a reversão das demissões alegando que os cortes violam acordo trabalhista firmado em 2012, que previa a estabilidade dos empregos até 2016.

A montadora, contudo, alega que, quando fez esse acordo, o mercado de veículos crescia em ritmo acelerado. No ano passado, as vendas de veículos caíram 7,15% ante 2013. A Volks diz ter um excedente de 2 mil trabalhadores, de um total de 13 mil, na unidade e que o corte de 800 colaboradores é a "primeira etapa de adequação do efetivo".