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Os trabalhadores das estações de tratamento e esgoto da Sanepar de Curitiba e região metropolitana entraram em greve por tempo indeterminado à zero hora desta segunda-feira (3). De acordo com o Comando de Greve, os 200 colaboradores do setor aderiram ao movimento. No entanto, como se trata de um serviço essencial, foi feita uma escala de revezamento para que 30% dos grevistas continuem trabalhando.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Químicos no estado do Paraná (Siquim), Elton Evandro Marafigo, a população não será afetada por causa da greve. Os grevistas afirmam que irão fazer o tratamento da água e também continuarão organizando o abastecimento e a coleta de esgoto. "Garantiremos a qualidade e o abastecimento de água", afirmou Marafigo.

Além do Siquim, os trabalhadores ligados ao o Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento (Saemac) também aderiram ao movimento.

Reivindicações

A categoria reivindica a alteração da escala de trabalho. Os colaboradores querem trabalhar seis dias e folgar quatro. A escala que está em vigor determina que são cinco dias de trabalho e um de folga.

Outra reivindicação é o adicional de 40% pelo trabalho nos fins de semana, feriados e no turno noturno. Além disso, segundo Marafigo, os colaboradores da Sanepar cumprem turnos de seis horas "corridas" e fazem as refeições no local, pois não é possível parar para fazer intervalo. Por conta disso, os sindicatos querem uma compensação financeira.

Os trabalhadores discordaram também da redução da carga horária de oito para seis horas diárias. "Houve redução drástica nos salários dos trabalhadores por causa dessa redução das horas", afirmou Marafigo. Apesar disso, a categoria não quer pagamento de hora extra dessas duas horas. O pedido é para que as horas sejam acumuladas e revertidas em folgas.

Os sindicatos reclamam ainda da dificuldade de locomoção dos colaboradores na entrada do turno das 6 horas e na saída do turno da meia-noite.

O salário médio de um colaborador de nível médio desse setor é R$ 800. Os técnicos recebem R$ 1,4 mil, já o salário dos funcionários com nível superior é de aproximadamente R$ 2,6 mil.

Negociações

Uma reunião entre as partes foi marcada no Ministério Público do Trabalho (MPT) para esta segunda-feira (3), às 17 horas. Se houver nova proposta da Sanepar, a questão será avaliada em uma assembleia dos trabalhadores.

De acordo com Marafigo, não houve acordo na última reunião entre os trabalhadores e a empresa (dia 30) porque a proposta não foi satisfatória. O presidente do Siquim afirmou que a única proposta da Sanepar foi o pagamento de R$ 0,51 por quilômetro rodado aos funcionários do turno das 6 horas e da meia-noite. A proposta foi rejeitada pelos trabalhadores.

A assessoria de imprensa da Sanepar também foi procurada para poder se manifestar sobre a greve. A empresa estava em reunião durante a tarde, mas até as 18 horas, não havia divulgado o seu posicionamento.

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