Cerca de 2 mil trabalhadores das empresas que fornecem peças automotivas para as montadores Volkswagem-Audi e Renault em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, estão paralisados desde o início da semana. Os trabalhadores reivindicam um melhor tratamento por parte do Sindipeças, representante patronal, além de igualdade de benefícios concedidos pelas montadoras aos seus trabalhadores.
No início da tarde desta quinta-feira, uma assembléia entre os trabalhadores deliberou pela continuidade da paralisação. "Queremos apenas o mesmo tratamento dado aos funcionários das montadoras, inclusive com o mesmo abono salarial. A decisão pela continuidade da greve foi unânime", explicou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba (SMC), Cláudio Gramm.
A greve dos trabalhadores das montadoras terminou no dia 26 de setembro quando o sindicato aceitou um acordo que previa abono salarial de R$ 700 e elevação de 4,97% nos vencimentos.
O SMC afirma que os trabalhadores estão espantados pela forma que as negociações estão sendo conduzidas. "Eles estão intransigentes e truculentos. Os representantes destas empresas, que têm sede em São Paulo, não têm tinta na caneta para decidir nada. Quando chega na hora de discutir nossa database, eles nos viram as costas".
Segundo Cláudio Gramm, os funcionários estão sendo ameaçados. "Vamos continuar com a paralisação. Estão tirando o direito do trabalhador de decidir. As empresas usam do assédio moral e de terrorismo, ameaçando os funcionários de demissão caso eles não trabalhem. É difícil negociar assim. Se houver uma quebra de sigilo telefônico das empresas, tudo isso que eu disse vai ficar comprovado".
A produção das montadoras já estaria sendo prejudicada, de acordo com o SMC. "Mas a maior perda mesmo será sentida pelos trabalhadores. Um trabalhador assediado perde sua dignidade", conclui Gramm.
A assessoria de imprensa do Sindipeças deve se pronunciar sobre a paralisação dos trabalhadores paranaenses e sobre as declarações do vice-presidente do SMC ainda nesta quinta.
