O trabalho forçado, incluindo a exploração sexual, atinge 20,9 milhões de trabalhadores no mundo, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (1º) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em números absolutos, a maior concentração ocorre na Ásia, onde 11,7 milhões de pessoas estão nessa situação. Na América do Sul, Central e Caribe, o universo chega a 1,8 milhão de pessoas exploradas. A pesquisa colheu dados enviados pelos países membros da OIT de 2005 a 2011.

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Em números relativos, quando se considera o total da população, a maior incidência está no leste europeu e na Europa central, onde para cada grupo de mil habitantes, 4,2 trabalhadores, entre homens, mulheres e crianças são vítimas desse tipo de crime.

Na pesquisa anterior divulgada pela entidade, de 2005, o número de vítimas era de 12,3 milhões em todo o mundo. Mas, o coordenador do projeto da OIT contra o trabalho escravo no Brasil, Luiz Machado, não avalia que esse tipo de crime esteja crescendo no mundo - apesar da escalada dos dados desde a última pesquisa - e atribui a alta ao crescimento das notificações e melhor confiabilidade nos dados apresentados pelos países membros.

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Ele afirmou que a OIT negocia com o governo brasileiro realizar a mesma pesquisa só no país para levantar quantos trabalhadores existem nessa situação. O que se sabe é que entre 1995 e 2011, 42 mil trabalhadores brasileiros foram libertados de condições análogas à escravidão (sem salários e privados de liberdade de voltar para as famílias). Ele afirmou que o país é referência mundial no combate ao crime, mas que falta avançar nas punições e prisões.

"O Brasil é muito criticado pela impunidade criminal. Aqui, há pouca condenação e quase ninguém é preso", afirmou Machado. Entre os avanços, Machado citou a lista suja criada pelo Ministério do Trabalho citando as empresas que abrigam o trabalho escravo, o esforço conjunto na fiscalização entre Polícia Federal e Ministério Público e a lei que manda tomar terras de proprietários que exploram mão de obra escrava.