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O desemprego na indústria renovou um recorde de baixa em abril. Com a queda de 5,4% na comparação com igual mês de 2014, o emprego industrial atingiu o menor nível de pessoal ocupado da série histórica iniciada em 2000, informou nesta sexta-feira (19) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 43 meses, ou três anos e sete meses, de queda nessa base de comparação.

Segundo Fernando Abritta, economista da Coordenação de Indústria do IBGE, o desempenho ruim da indústria nos setores automotivo, de insumos para a construção civil e de eletroeletrônicos vem puxando o recuo no contingente ocupado.

O ramo “meios de transporte” registrou queda de 10,5% em abril ante abril de 2014 e teve a maior contribuição para o recuo do índice. Em “máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações”, a queda foi de 12,4% na mesma base de comparação e, no ramo “produtos de metal”, segmento que atende à demanda da construção civil, de 10,8%.

Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), “a crise no mercado de trabalho da indústria brasileira mudou de patamar”. “Essa crise do emprego industrial é generalizada e ocorre há um bom tempo”, disse a entidade, em relatório divulgado nesta sexta.

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A pesquisa do IBGE mostrou também que a inflação elevada está corroendo os ganhos dos trabalhadores e, com isso, o custo com a folha de pagamentos na indústria registrou, em abril, a maior queda real (3,3%) no acumulado em 12 meses desde dezembro de 2003.

Após a forte elevação da inflação de 2002, por causa da alta no dólar provocada pela perspectiva de o PT vencer as eleições presidenciais daquele ano, 2003 foi o último ano em que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou acima da margem de tolerância da meta de inflação.

De acordo com Abritta, no acumulado em 12 meses, o custo com a folha de pagamentos na indústria vem registrando queda desde janeiro de 2014.

Em abril ante março, com ajuste sazonal, a folha de pagamento real recuou 0,9% e, ante abril de 2014, 5,3%. “A folha de pagamento vem caindo com o aumento da inflação e menor número de pessoas ocupadas”, disse o coordenador do IBGE.

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