Os programas de transferência de renda do governo federal garantiram que mais idosos entrassem no contingente da população classificado como "classe média" pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o economista Marcelo Neri, a renda familiar média mensal deste grupo - também denominado "classe C" - fica entre R$ 1.064 e R$ 4.591.
Segundo ele, o público típico da classe C é o idoso, por causa das transferências de rendas e da valorização do salário mínimo. "O idoso é grande parte. Ele está dentro das fronteiras. A família dele é a família mais classe C por idade. Mais de 60% dos idosos são classe C", afirma.
A pesquisa da FGV, divulgada nesta sexta-feira (19), compila dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007, divulgada na quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a Pnad e considerado o método da FGV, a classe média passou de 30,9% da população total do país, em 1993, para 47,1%, no ano passado. Isso equivale a um crescimento anual médio de 2,5% no período.
Renda 'decepcionante'
O estudo da FGV, chamado "Miséria e a nova classe média na década da igualdade" mostra uma evolução decepcionante da renda, de acordo com Marcelo Neri. "A Pnad 2007 é muito decepcionante em termos de renda. Cresceu 2,26% de um ano para outro, quando em 2006 tinha crescido perto de 9%", diz o economista.
Em 2007, fica claro que a fatia mais pobre da população teve um crescimento menor da renda, na visão de Neri. "No índice acumulado entre 2001 e 2007, a renda per capita dos 10% mais pobres aumentou quase 50%. De 2001 para 2006 era maior, tinha crescido 57%. Quem perdeu foi os 10% mais pobres", afirmou.
Distribuição de renda
A queda da desigualdade, que acontece desde 2001, ajudou a reduzir em 5,6% o contigente de pobres no país no ano passado, embora a redução do número de miseráveis em 2007 também tenha sido menos intensa que a de 2006, quando a redução chegou a 15%.
Em números absolutos, 1,5 milhão de brasileiros saíram da linha de pobreza em 2007, mais ainda restavam 33,6 milhões de pobres ganhando R$ 135 por mês ou menos, segundo o economista da FGV.
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