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Retirar o petróleo do mercado ou parar de explorar para substituí-lo por fontes limpas e renováveis não é o caminho para a transição energética. A afirmação foi feita pelo diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia, em audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura, no Senado, na terça-feira (3).
O executivo ressaltou que esse movimento pode gerar custos mais altos para o consumidor. “Suprimir a oferta [do petróleo] só vai resultar, primeiro, da elevação dos custos da energia. Vai ser pobreza energética e os mais pobres vão ser os primeiros a sofrer”, disse Saboia.
Na avaliação dele, primeiro as fontes “verdes” precisam aumentar escala e estarem aptas para atender às demandas da indústria e consumo, para que então o petróleo seja substituído. Isso porque os derivados do petróleo estão e vários itens do dia a dia das pessoas, de carros e maquiagem a roupas e pasta de dente.
“Não adianta nós imaginarmos uma transição energética em que seja possível parar de produzir petróleo. O que temos é que ofertar renováveis. Combater a demanda por fósseis com substituição por renováveis”, enfatizou Saboia, que emendou: “É importante levar em consideração toda essa questão de como a transição precisa acontecer para não se transformar em pobreza energética”.
Na sessão, o representante da ANP também defendeu a exploração da Margem Equatorial, uma área no litoral norte do país, que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá e que hoje é o centro de conflito entre Petrobras e Ibama. A expectativa é de encontrar, pelo menos, um volume de 10 bilhões de barris recuperáveis – só as reservas provadas do pré-sal têm de 11,5 bilhões de barris, segundo a ANP.