Os fãs de futebol que compraram TVs top de linha de ultra-alta-definição (UHD) a tempo da Copa do Mundo de futebol, que começa no próximo mês, podem não ver nenhum jogo no novo formato.

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Apenas três jogos serão filmados em UHD, que possui resolução quatro vezes superior ao padrão Full HD. Isso porque até mesmo no Japão, onde o formato foi inventado, poucas emissoras têm a capacidade de transmitir a grande quantidade de dados necessários para UHD por meio de satélites convencionais.

Analistas dizem que a febre com a Copa do Mundo deve impulsionar as vendas de equipamentos com a tecnologia UHD, embora as perspectivas de longo prazo permaneçam obscuras, em parte devido à incerteza em torno de distribuição de conteúdo.

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A dependência das emissoras é um risco que fabricantes de TVs como a Samsung Electronics e a LG Electronics assumem ao promover novas tecnologias.

Telas de plasma tiveram vida curta, o 3D é considerado um recurso dispensável, e TVs inteligentes - com características parecidas com smartphones - ainda não se tornaram populares.

"Distribuição e conteúdo são os maiores obstáculos para a adoção do UHD", afirmou à Reuters o analista Hisakazu Torii, da DisplaySearch.

A Copa do Mundo está chegando pelo menos dois anos antes da transmissão UHD regular se tornar plausível, segundo analistas.

Mesmo assim, Samsung e LG - as maiores fabricantes de TV por participação de mercado - não estão perdendo a chance de elevar as vendas. A Copa do Mundo, que acontece a cada quatro anos, oferece uma oportunidade de cobrar um prêmio pelas TVs UHD antes de a competição levar os preços para baixo em até 50% no final do ano, dizem observadores da indústria.

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"A demanda por TVs UHD vai impulsionar o crescimento do mercado global de TVs", disse Simon Sung, vice-presidente da divisão de displays visuais da Samsung, em fala direcionada a analistas na semana passada.

Os embarques de TVs UHD vão alcançar 13 milhões de unidades este ano contra 2 milhões no ano passado, ou cerca de 6% do mercado global de TVs, que deve enfrentar seu terceiro ano consecutivo de declínio, de acordo com a empresa de pesquisas IHS.