Com atraso de quase dois anos e sem a presença da presidente Dilma Rousseff, a Transpetro recebe nesta sexta-feira (25) o segundo petroleiro do seu programa de renovação de frota, lançado em 2004 com encomenda de 49 embarcações.
O atraso significou aumento de R$ 170 milhões no custo do navio, assumido pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que no ano passado registrou prejuízo de R$ 1,47 bilhão, o equivalente a 70% do total investido na construção do estaleiro. A Transpetro pagou R$ 363 milhões pela unidade, após correção monetária do valor inicial de R$ 300 milhões.
Esta é a segunda festa para o mesmo navio, João Cândido, que havia sido lançado ao mar em maio de 2010 em cerimônia com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desta vez, estarão presentes a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
Previsto para ser o primeiro navio do Programa de Renovação da Frota (Promef) da Transpetro, braço de transportes da Petrobras, o João Cândido é um navio tipo Suemax, de grande porte, com capacidade para carregar 1 milhão de barris de petróleo cru.
A primeira viagem começa amanhã, em direção às plataformas P-35 e P-38, na bacia de Campos. Depois de abastecido com sua capacidade máxima, o petroleiro seguirá para o Terminal São Sebastião (SP), uma viagem calculada em seis dias e meio.
A embarcação foi construída no polêmico Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, que também atrasou a entrega de um casco da plataforma P-55 para a estatal. O EAS tem um portfólio de US$ 8 bilhões com a Petrobras, que consiste em mais 21 petroleiros, sete sondas de perfuração (ainda em fase de projeto), e os serviços navais na plataforma P-62.
O João Cândido teve problemas na sua construção e foi ultrapassado pelo navio de derivados claros "Celso Furtado", construído no estaleiro Mauá (RJ) e entregue 17 meses depois de lançado ao mar.
A construção de um navio é separada em várias fases. Depois de lançado ao mar, o navio passa por acabamentos e a prova de mar, para só então ser entregue ao cliente. O João Cândido foi lançado ao mar no dia 7 de maio de 2010 e demorou 24 meses para ser entregue. A data inicial era setembro de 2010.
O diretor de comissionamento do estaleiro, Paulo Sérgio Cardoso, disse nesta quinta-feira (24), durante visita ao navio, em Suape (PE), que os adiamentos para a entrega do navio "fazem parte do processo de construção", e que não houve "nenhum problema relacionado a equipamentos ou sistemas" da embarcação.
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