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Trégua entre EUA e China anima mercados, mas Bolsa tem ganho modesto

Xi Jinping e Donald Trump se encontraram em Buenos Aires | SAUL LOEB/AFP
Xi Jinping e Donald Trump se encontraram em Buenos Aires (Foto: SAUL LOEB/AFP)

A trégua na guerra comercial, selada entre Estados Unidos e China no final de semana, devolveu o bom humor a investidores nos principais mercados de risco nesta segunda-feira (3). As Bolsas avançaram, as cotações de matérias-primas voltaram a subir, e o dólar perdeu força ante outras divisas, como emergentes.

 O Ibovespa, principal índice acionário do país, ganhou 0,35%, a 89.820 pontos. Mas no pico chegou a 91.242, a máxima histórica. O giro financeiro foi de R$ 17,8 bilhões.   No mercado doméstico, a Bolsa foi sustentada pela valorização das ações da Petrobras e da Vale, reflexo da recuperação dos preços do petróleo e do minério de ferro no exterior. 

 O barril do petróleo tipo brent, referência internacional, saltou mais de 5% e voltou a fechar acima dos US$ 60. 

 Sinal de que foi bem recebido o acordo firmado entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder chinês Xi Jinping, de não escalar a guerra comercial travada entre os dois países nos próximos 90 dias. 

 O acordo passa a valer a partir de 1º de janeiro, mas interrompe desde já as ameaças do americano de elevar para 25% as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. 

 Trump arrancou ainda de Xi o compromisso de que a China reforçará as compras de produtos agrícolas americanos, como soja e milho. E publicou nesta segunda, em uma rede social, que os chineses concordaram em zerar tarifas sobre carros americanos importados pela China, o que é motivo de incerteza entre analistas de comércio. 

 A primeira reação de investidores foi a leitura de que a trégua pode ser benéfica para a economia mundial, que vinha dando sinais de desaceleração. O menor crescimento econômico explicava em parte a queda nos preços de matérias-primas. 

 No meio da tarde, porém, os mercados perderam força. Coincide com o anúncio da Casa Branca de que Robert Lighthizer, representante do governo americano para assuntos de comércio internacional, será o responsável pelas negociações comerciais com a China. Até então, Pequim tentava negociar com o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, mais próximo aos mercados financeiros e vinha tentando buscar um acordo entre os dois países. 

 Lighthizer, por outro lado, pregava a imposição de novas tarifas para pressionar o governo chinês a ceder nas negociações. 

 A Bolsa brasileira, que operou mais uma vez por boa parte do pregão acima de 90 mil pontos, desacelerou para o fechamento com ganhos modestos. O mesmo ocorreu em Nova York, que abriu em forte alta. 

O dólar recuou ante o real, fechando em queda de 0,31%, a R$ 3,843. Na mínima, a moeda americana foi negociada a R$ 3,8170. Ante uma cesta de 24 divisas emergentes, o dólar perdeu para 23.

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