O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, disse nesta quarta-feira (3) que o trem-bala ligando Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro tem o custo estimado semelhante ao de se fazer uma nova rodovia ligando as duas maiores cidades do país e dois novos aeroportos, um em cada cidade.

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Os cálculos da empresa, responsável pelo projeto do trem de alta velocidade, apontam que o projeto custará cerca de R$ 35 bilhões. Já a construção de novos aeroportos e da rodovia foi estimada em R$ 30,5 bilhões.

Nova taxa de retorno do trem-bala não anima investidores

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Figueiredo afirmou em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado que os estudos realizados pelo governo mostram que em 2008 havia 7,8 milhões de passageiros/ano usando o trecho SP-RJ em rodovias e ferrovia.

Segundo ele, até 2044, o número de passageiros entre as duas cidades será de 53 milhões/ano e só poderia ser atendido com a construção de uma nova rodovia e dois novos aeroportos, um em cada cidade.

Dos passageiros de 2044, a projeção é que 27 milhões usariam a ferrovia. Sem o trem-bala, segundo ele, seriam necessários construir os aeroportos e a nova estrada para atender a esta demanda.

"O investimento no trem de alta velocidade é sustentável pelo longo prazo. Tirando a avaliação do mérito da sustentabilidade de se fazer novas rodovias e aeroportos, a ferrovia tem o atributo de ser de alta capacidade para absorver alta demanda", disse Figueiredo.

Durante sua palestra, o presidente da estatal detalhou os investimentos previstos no trem-bala e voltou a afirmar que o projeto será realizado com "recursos públicos próximos do zero".

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Concessão

Na conta da estatal, a concessão do trem-bala para uma empresa operadora vai gerar cerca de R$ 30 bilhões em pagamento de outorga para o governo.

Além disso, arrecadando o dinheiro das passagens, a concessionária teria renda suficiente para pagar seus custos e gerar lucro para cobrir cerca de R$ 1,5 bilhão que o governo pretende aportar nessa concessionária nos primeiros anos de sua existência. O leilão para escolher essa concessionária começa em 13 de agosto.

Ainda segundo Bernardo, os R$ 30 bilhões de outorga seriam suficientes para pagar a outra etapa do projeto, a construção da linha e das estações, estimada em R$ 28 bilhões. Todos os valores são de 2008. A fase de construção está prevista para começar no próximo ano.

Empresas que estudam o projeto, contudo, apontam que o estudo do governo tem número estimados de forma otimista para o número de passageiros e subestimados para o custo da obra do trem-bala.

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