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indústria aeroespacial

Tribunal derruba liminar que suspendia negócio Boeing-Embraer

 | ERIC PIERMONT/AFP
(Foto: ERIC PIERMONT/AFP)

Uma liminar do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) derrubou a decisão da Justiça Federal que suspendia o acordo para a criação de uma joint venture entre a americana Boeing e a brasileira Embraer.

Na semana passada, uma liminar que atendia um pedido feito por deputados petistas em uma ação popular foi concedida pelo juiz federal Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cível de São Paulo, para suspender a negociação entre as companhias.

Os autores da ação foram os deputados Paulo Pimenta (PT-RS), Carlos Alberto Zarattini (PT-SP), Nelson Pellegrino (PT-BA) e Vicente Cândido (PT-SP).

A compra de 80% da divisão de jatos comerciais da Embraer por US$ 3,8 bilhões pela Boeing foi acertada em julho deste ano com a assinatura de um memorando de entendimentos, mas a conclusão do negócio continua em aberto.

Na decisão desta segunda-feira (10), o desembargador Luiz Alberto de Souza Ribeiro disse que  “a invasão do Judiciário na autonomia privada das partes causa insegurança jurídica, o que gera, no contexto do caso em análise, reflexos no mercado nacional e internacional”.

Segundo o magistrado, “a suspensão das negociações acarreta graves prejuízos, podendo, de fato, até mesmo ensejar a desistência do negócio”.

O desembargador também considerou que a ação apresentada pelos deputados petistas é precipitada e infundada.

“Esta ação apenas estaria a basear-se em meras cogitações de supostas violações a interesses públicos, sem base concreta, talvez movidas apenas por motivações meramente ideológicas”, escreveu o desembargador.

Para o deputado Carlos Alberto Zarattini, a liminar que suspendeu o acordo agia por cautela e não por ideologia. "É estranho porque quem tomou essa decisão não fomos nós. Quem tomou essa decisão foi um juiz de primeira instância. Um juiz federal, que não me pareceu ter nenhuma vinculação ideológica, nem com o PT, nem com ninguém."

Zarattini afirma também que o negócio que envolve Boeing e Embraer seria, na verdade, uma forma de liquidar a companhia brasileira. "A área de engenharia dela vai ser encaminhada para a Boeing, e talvez aqui a gente tenha alguma empresa de manutenção, de fabricação de alguma peça específica. Nós vamos perder todo esse conhecimento que foi desenvolvido em 50 anos."

O deputado disse que o presidente Donald Trump quer que as empresas produzam nos Estados Unidos, não fora de lá. "Ele quer empregos para os americanos. Então toda essa linha de produção que existe hoje em São José dos Campos provavelmente vai ser transferida para os EUA."

Em comunicado ao mercado, a Embraer informou a decisão do TRF-3 e disse que manterá seus acionistas informados sobre os desdobramentos da ação popular.

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