A Companhia Paranaense de Energia (Copel) fechou 2011 com lucro líquido de R$ 1,18 bilhão crescimento de 16,5% em comparação ao de 2010, quando a companhia obteve R$ 1,01 bilhão. Ainda assim, o resultado não agradou ao mercado, já que houve um salto no volume de despesas pago pela companhia no período.
O peso dos custos acabou ficando mais evidente no último trimestre do ano e derrubou parte dos resultados da Copel. Nesses meses, a companhia teve uma receita de R$ 2,09 bilhões e um lucro líquido de apenas R$ 188 milhões. Em seu relatório de análise, a Votorantim Corretora resume a situação: "receitas acima das expectativas, porém estrutura de custos fora de controle".
Na comparação entre 2011 e 2010, as despesas da Copel subiram 8,5%. Apenas na comparação entre os dois últimos trimestres do ano passado, o aumento foi de 17,5%. "Houve um crescimento marcante entre esses períodos e em um índice que é utilizado para observar a eficiência da empresa. Com isso, a empresa teve um ano bom, mas um trimestre que deixou a desejar", afirma Cristiane Fensterseifer, analista de investimentos da corretora Geração Futuro.
De acordo com o balanço da companhia, divulgado ontem, os gastos com compra de energia para revenda, os custos com pessoal e ainda provisões negativas ficaram entre as principais despesas da empresa durante o período.
Reversão
Segundo Lindolfo Zimmer, presidente da Copel, a empresa está cautelosa em relação a esses indicadores. Os altos custos com pessoal foram motivados por um aumento no número de funcionários da empresa, pela adaptação de salários "extremamente defasados" e por um programa de demissão voluntária iniciado em 2011, justificou. "Foram custos relevantes no ano passado, mas que em pouco tempo poderão ser revertidos. Esperamos um payback na ordem de três meses", disse. Quanto às provisões, Zimmer aponta a antecipação de uma disputada judicial ainda não concluída. O relatório da Copel assinala que boa parte dos R$ 208,2 milhões a serem descontados é referente a um litígio da companhia com a Ivaí Engenharia.
Para Felipe Rocha, analista da corretora Omar Camargo, o fraco resultado do trimestre aparenta ser pontual e não deve trazer riscos maiores para os próximos períodos. No entanto, ele afirma que o mercado ainda espera posturas mais "robustas" da Copel. No fechamento de ontem da Bovespa, as ações preferenciais da estatal (CPLE6) caíram 3,48%, numa das maiores quedas do dia. Seus papéis fecharam o pregão valendo R$ 43,19.