São Paulo Cobiçada por grupos da China e da Rússia, que divulgaram interesse em comprar a empresa, a fabricante de motores Tritec Motors, de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, tenta permanecer no Brasil por mais algum tempo. A empresa tem toda sua produção voltada às exportações e este ano fabricou cerca de 200 mil motores, metade de sua capacidade instalada.
Em 2007, espera repetir o volume, mas fornecedores de componentes para a empresa acham difícil que a produção supere 100 mil unidades, levando-se em conta as encomendas previstas para o próximo ano.
A Tritec é fruto de joint venture entre a DaimlerChrysler e a BMW, que será desfeita. A BMW deixa a sociedade em junho e a Daimler manifestou intenção de vender a fábrica, mas ainda não fechou acordo com nenhum grupo. Com o fim da parceria, iniciada em 1997, a Tritec perderá seu principal cliente, o modelo inglês Mini, até agora abastecido com exclusividade pela fabricante brasileira. O compacto feito pela Rover na Inglaterra passará a usar motor francês da PSA (Peugeot/Citroën).
A Tritec tem conseguido sobreviver com novos contratos, especialmente para empresas da China. Também busca clientes no Brasil, mas até agora só tem contrato de fornecimento para a Obvio!. A empresa do Rio de Janeiro deve iniciar em 2007 a produção e exportações de minicarros elétricos para os Estados Unidos. Pelo menos 50 mil encomendas dos modelos 828 e 012 da marca já estariam garantidas, informa a Obvio!
O fornecimento para a China tem apresentado crescimento contínuo, diz Thomás Prete, da gerência jurídica, de relações governamentais e de comunicação da Tritec. Segundo ele, a empresa tem contratos com três montadoras da China. Fornece motores 1.6 para o modelo A15, da Chery (que deve inaugurar uma fábrica no Uruguai em julho de 2007); para o 520, da Lifan e recentemente fechou contrato com a FHAC Hainan para equipar dois carros que serão lançados em breve.
Em fevereiro, a chinesa Lifan apresentou oferta para comprar a Tritec. O interesse da companhia chinesa era desmontar a fábrica e remontá-la em Chongqing, na China. No mês seguinte, foi a vez da russa AvtoVAZ, fabricante do automóvel Lada, manifestar interesse na empresa, então cotada a US$ 300 milhões, segundo informações divulgadas pela imprensa internacional na época. Uma delegação da empresa esteve no Brasil, mas até agora a direção da Tritec nega qualquer acordo de venda. O grupo tem hoje 415 funcionários.
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