Tropas sírias abriram fogo nesta quarta-feira contra multidões em um subúrbio de Damasco, matando pelo menos 8 moradores que tentavam impedir o avanço dos soldados jogando pedras e queimando pneus, disseram ativistas. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, baseado em Londres, disse que os moradores do subúrbio de Kanaker tentavam montar barricadas ao redor da área para impedir o avanço dos tanques e de uma escavadeira.

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O grupo afirma que moradores também ficaram feridos no confronto e foram levados para mesquitas vizinhas, onde receberam socorro. A chegada do exército aconteceu após os telefones e a eletricidade serem cortadas no subúrbio. Amar Qurabi, que comanda a Organização Nacional pelos Direitos Humanos na Síria, disse que 11 pessoas foram mortas hoje em Kanaker.

A violência desta quarta-feira foi a mais recente na revolta política síria, que já dura quase cinco meses. Ativistas dizem que 1.600 pessoas foram mortas, a maioria manifestantes desarmados. Embora o governo autoritário do presidente Bashar Assad culpe terroristas e gangues pela violência, reconheceu a necessidade de reformas no país. O governista Partido Baath, cujo lema é "unidade, liberdade e socialismo" mantém um monopólio sobre a vida política da Síria desde 1963. Na segunda-feira, o governo apresentou uma lei que permitirá a formação de novos partidos políticos - algo que é um pedido chave dos manifestantes.

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As promessas de Assad, que herdou o poder do pai em 2000, não parecem acalmar os sírios. A velocidade lenta das reformas e o aumento no número de mortos alimentaram os protestos. Muitos ativistas afirmam que agora não aceitarão mais nada a não ser a queda de Assad.