O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT9) deu, no fim de abril, prazo para a Copel rescindir contratos com empregados terceirizados que atuam nos serviços de geração, distribuição e manutenção de energia elétrica. De acordo com levantamento do Ministério Público do Trabalho (MPT), autor da ação inicial, ajuizada em 2012, os terceirizados seriam responsáveis hoje por 70% dos serviços prestados pela estatal. A sentença manteve a decisão em primeira instância, de abril do ano passado, da qual a Copel havia recorrido. Segundo a sentença, o prazo será de 180 dias depois do trânsito em julgado da ação (quando não couber mais recursos).
O MPT citou durante o processo que o número de terceirizados na empresa vem aumentando nos últimos anos. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2004 a Copel contava com 2.922 empregados terceirizados - cerca de 23% do quadro de funcionários. No ano passado, o número subiu para 5.622, quase 40% do total de empregados da empresa (hoje, 14,3 mil).
Em caso de descumprimento, a Copel terá de pagar R$ 50 mil por dia, de acordo com a sentença. A empresa também tem de garantir que, até o fim do prazo, os terceirizados trabalhem conforme as normas de segurança. Isso porque, segundo argumento do MPT, o número de acidentes de trabalho é maior entre os terceirizados da empresa. De acordo com o Dieese, 16 dos 22 trabalhadores da empresa que morreram entre 2009 e 2012 eram terceirizados.
Durante o processo, a defesa da Copel sustentou que a relação entre terceirizados e empresa não é regida por leis trabalhistas, mas pelo Código Civil. O desembargador Ubirajara Carlos Mendes, relator do processo, desconsiderou a justificativa.
A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a assessoria de imprensa da Copel, que informou que a empresa está ciente da decisão e está estudando os termos da sentença para decidir o que fazer.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast