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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta quinta-feira (7) o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em meio às negociações do estado para quitar a dívida bilionária que tem com a União. Haddad afirmou que tudo o que Zema fez foi “endividar Minas” durante sua gestão. O ministro se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tratar do tema.
"Ele ficou quatro anos com um aliado no Planalto [Jair Bolsonaro], podendo fazer alguma coisa por Minas. E tudo que ele fez foi endividar Minas. A dívida saiu de pouco mais de R$ 100 bilhões para R$ 160 bilhões", disse Haddad. Após o encontro, o ministro da Fazenda e o presidente do Congresso Nacional anunciaram que pedirão à Justiça a prorrogação do pagamento da dívida de 20 de dezembro para 31 de março de 2024.
Zema tenta aprovar o Regime de Recuperação Fiscal na Assembleia Legislativa de Minas, mas Pacheco articula um acordo alternativo para a dívida diretamente com o governo Lula. Haddad defendeu a atuação do presidente do Senado, que estaria de olho na sucessão do governo mineiro e busca assumir o protagonismo na questão. Para o ministro, o governador “deveria adotar uma posição respeitosa e construtiva com o Congresso”.
"A pior coisa que ele [Zema] pode fazer, não tendo feito nada durante cinco anos, é agredir aquele que vai pautar o acordo que for fechado com a Fazenda Nacional e com o governo federal. Então fica o apelo: não é hora de ficar batendo boca e fazendo graça na imprensa”, disse Haddad.
Nesta quarta-feira (6), Zema afirmou que "há muita falação", mas "nenhuma ação efetiva do governo federal", como relatou o jornal O Tempo. “Toda alternativa é bem-vinda, estivemos com o presidente do Congresso há duas semanas, ele lançou uma proposta, mas essa proposta precisa ser apreciada pelo Ministério da Fazenda e pela Secretaria do Tesouro Nacional. E até agora ninguém apreciou. Ficou falação, não teve nenhuma ação efetiva do governo federal”, apontou.
Em nota, Pacheco disse querer “ajudar” Zema a resolver o “maior problema” de seu governo. “Mas o governador não pode querer para ontem algo que ele não conseguiu resolver em cinco anos. Há regras, negociações e um caminho para isso. Tudo ao seu tempo", acrescentou o senador.