São Paulo As incertezas nos mercados financeiros fizeram com que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduzisse a taxa básica de juros da economia em apenas meio ponto porcentual, para 15,25% ao ano. A magnitude do corte é menor que os três anteriores, que foram de 0,75 ponto. O Copom já havia alertado para maior "parcimônia" no corte de juros na ata de sua última reunião.
Antes do anúncio do Copom, foi divulgada a ata da reunião do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, que no último dia 10 aumentou de 4,75% ao ano para 5% ano a taxa de juros nos EUA a 16.ª elevação consecutiva. De acordo com o documento do Fed, ainda há incerteza sobre a necessidade de um maior aperto monetário.
Entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) criticaram a decisão do Copom. Em nota, a CNI sustenta que juros reais acima de 10% ao ano "só seriam justificáveis diante de ameaças à ordem econômica ou à solvência do País". A Fiesp ironizou o corte, dizendo que o BC quer "evitar, a qualquer custo, o risco de crescimento".
Apesar do corte menor, essa é a menor Selic em mais de cinco anos e também é a menor taxa nesse formato. A taxa já caiu 4,5 pontos porcentuais desde setembro de 2005, em oito cortes consecutivos. Daqui para frente, o comportamento da inflação irá determinar a continuidade desse processo.
O efeito da redução para o consumidor será pequeno, já que é grande a diferença entre a taxa Selic e a cobrada das pessoas físicas. Ainda assim, o Bradesco anunciou ontem redução nas suas taxas em diversas modalidades de crédito.