Rio (Folhapress) A vigésima Sondagem de Expectativas do Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela deterioração na confiança do consumidor em julho com a turbulência no ambiente político. Este é o segundo mês seguido de queda da confiança do consumidor. Segundo a pesquisa, o aumento da trajetória de insatisfação com a economia brasileira vem crescendo desde fevereiro. Em maio, no entanto, a pesquisa havia captado estabilidade no nível de respostas.
Em julho, dos oito quesitos da pesquisa, quatro apresentaram resultados piores, com destaque para as questões relacionadas à situação econômica do país. "Aparentemente a combinação do desaquecimento com a crise política está fazendo com que a confiança do consumidor diminua. Nos próximos meses, a evolução desses dois fatores vai ser importante para determinar se a confiança vai melhorar", afirmou o coordenador da pesquisa, Aloísio Campelo.
Dos 1.508 entrevistados, 11,9% avaliam a situação econômica do país como melhor do que nos seis meses anteriores. Em junho, este porcentual era de 12,8%. A parcela dos que consideram que a situação piorou passou de 35,6% para 37,3%, o maior patamar desde abril do ano passado, o ponto mais baixo da série histórica da pesquisa com a explosão do escândalo Waldomiro Diniz.
As expectativas quanto ao futuro da economia do país também mostram cautela. A parcela de consumidores otimistas em relação à situação do país nos próximos seis meses atingiu o menor patamar da série histórica: 29,6%. A parcela de pessimistas passou de 20,1% para 22,3%.
Segundo o professor da FGV Fernando Holanda, a crise não atingirá a economia enquanto não afetar diretamente o presidente ou enquanto não houver mudança nos três pilares da política econômica: esforço fiscal, controle da inflação e câmbio flutuante. "A política econômica é o presidente Lula. Palocci é o executor, mas o financiador dessa política é o presidente. O problema é verificar até que ponto a crise pode afetar Lula e, por tabela, a política econômica", afirmou.
Compras suspensas
Houve piora também na avaliação da economia familiar. Para 17,3% dos entrevistados, as finanças familiares estão melhores do que nos seis meses anteriores. Em junho, este porcentual era de 21,7%. O grupo de entrevistados que verificou deterioração no período passou de 21,1% para 22,1%. As expectativas quanto ao futuro da economia familiar ficaram praticamente estáveis em relação a junho.
A pesquisa detectou também um aumento do número de endividados. O porcentual de devedores passou de 29,5% para 30,4%. Apenas 12,9% informaram ter conseguido fechar o mês poupando. Diante deste cenário, o consumidor está menos propenso a realizar compras de bens de alto valor, como eletrodomésticos, computadores ou carros nos próximos seis meses. A parcela dos que pretendem gastar mais passou de 13,9% para 12,5%.
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