Um estudo do IBGE divulgado ontem mostrou que, entre 2003 e 2007, as atividades relacionadas ao turismo registraram crescimento de 22%, um desempenho superior ao do conjunto da economia brasileira, que cresceu 19,3% no mesmo período. Embora a pesquisa só apresente os dados coletados até três anos atrás, analistas do setor avaliam que o crescimento prosseguiu e se acelerou neste período mais recente.
"A nossa perspectiva é que os próximos trabalhos apontem uma participação ainda maior do setor na economia, uma vez que o mercado interno está aquecido, com o ingresso de 30 milhões de brasileiros na classe C e ao fato de que essas pessoas passaram a incluir o turismo em sua cesta de produtos", disse em nota o ministro do Turismo, Luiz Barretto, referindo-se ao porcentual do turismo no PIB brasileiro em 2007: 3,6%, estável em relação aos anos anteriores, com faturamento de R$ 82,7 bilhões, de acordo com o estudo "Economia do Turismo - Uma Perspectiva Macroeconômica 2003-2007".
Os principais subsetores a puxar o avanço foram os serviços de alimentação (35% do total do setor), transporte rodoviário (21%) e atividades recreativas, culturais e desportivas (17,8%). Este foi, inclusive, o segmento que mais avançou dentro do setor, crescendo 1.400% entre 2003 e 2007.
A remuneração paga aos trabalhadores, porém, não acompanhou o crescimento acima do montante da economia. Em 2007, as atividades características do turismo ocupavam 5,9 milhões de pessoas, cujos salários avançaram 60,1% ante 2003, abaixo do verificado para o conjunto da economia (63,7%).
Curitiba
O otimismo com os números da pesquisa do IBGE são compartilhados pelo setor turistico em Curitiba. Desde 2005, a cidade registra aumento constante no número de visitantes. Naquele ano, 2,24 milhões de pessoas vieram à capital do estado, segundo dados do Instituto Municipal de Turismo. Para 2010, a estimativa é de que a cidade receba 3,4 milhões de visitantes. Segundo o instituto, isso representará um aumento de 10% em relação a 2009.
Para Juliana Vosnika, presidente do órgão, o aumento no fluxo de visitantes decorre do bom momento da economia brasileira e dos novos desejos de consumo estimulados pelo aumento do poder de compra. "Hoje, as viagens são um produto acessível a uma quantidade maior de pessoas. Recém-casados recebem pacotes turísticos de presente, por exemplo. A gente vem sentindo que as pessoas estão buscando estas experiências de vida, algo que fique na memória", avalia.
Sueli Gulin Calabrese, presidente do Curitiba Convention & Business Bureau, destaca ainda o crescimento do turismo de negócios na cidade. "Em 2010, o Curitiba Convention bateu o recorde de captação de eventos dos últimos dez anos. A cidade está se identificando com o turismo corporativo", define.
Segundo o Instituto Municipal de Turismo, cada turista em Curitiba gasta R$ 135 por dia, e permanece na cidade por 4,6 dias em média. As principais localidades de origem dos turistas são o interior do Paraná (34%), São Paulo (28%), Santa Catarina (15%) e o exterior (5%).