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Viagem

Turismo recupera perdas com promoções

Promoções no estilo "pague 1, leve 2" enchem agências de viagem e ajudam a aumentar as vendas de agosto, após perdas com a crise aérea e o início da baixa estação. Na CVC Turismo, para o acompanhante ter direito a voar grátis é preciso comprar pacote de no mínimo três dias até 31 de agosto, voar pela TAM ou Webjet e marcar retorno para até 30 de setembro. Além de o acompanhante não pagar a passagem aérea, o terceiro e o quarto passageiros pagam só 50% da tarifa.

A promoção vale para todos os destinos servidos pela TAM no país e hospedagem em mais de 1,5 mil hotéis. A Webjet voa apenas para Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte.

Pela TAM, para um casal que vai de Curitiba para Porto Seguro, um paga R$ 869 e o outro R$ 116 (total de R$ 985). Para ir a Gramado, um paga R$ 641 e o outro R$ 232 (total de R$ 873), de acordo com preços divulgados na segunda-feira.

O gerente geral de vendas da operadora CVC em Curitiba, Ricardo Luz, considera esta uma oportunidade única. Para ele, a promoção veio na hora certa para ajudar a companhia a sair da crise aérea. As vendas de julho caíram 25% em Curitiba depois de 20 de julho, em relação ao mesmo período do ano passado. Melhoraram a partir do dia 1.º de agosto, mas com a promoção avançaram 40%.

Nacionalmente, a CVC informa que as vendas de julho cresceram 15% em relação ao mesmo mês do ano passado. Para Luz, a promoção só se tornou possível porque TAM e Webjet baixaram as tarifas em até 90%.

"Os hotéis também estão precisando de clientes e participam do esforço", diz.

A resposta do público foi encher as lojas. A do ParkShopping Barigüi bateu recorde de vendas no último domingo: precisou distribuir senhas aos clientes e vendeu 68 pacotes, ante um desempenho normal de 25 pacotes por dia.

A BRA já havia lançado promoção no estilo "pague 1, leve 2" em março deste ano, para pacotes em parceria com a agência paulistana PNX. A companhia manteve a promoção em abril só para passagens, e os pacotes promocionais se repetem este mês, para viagens com embarque até 30 de setembro.

O gerente de produtos da PNX, Antônio Marçal, diz que a idéia surgiu da pouca demanda, e deu certo. "Depois do desastre aéreo com o Boeing da Gol as vendas caíram 50%, mas conseguimos manter o ritmo normal com a promoção."

A estratégia das empresas brasileiras é a mesma utilizada pela empresa de participação do governo italiano Alitalia. Ela tem parceria com a administradora de cartões American Express para a classe executiva. Quem compra uma, leva outra, até 31 de dezembro, em vôos para Europa, Oriente Médio e Extremo Oriente. De acordo com a empresa, a campanha existe há três anos e não está relacionada à baixa temporada nem à atual situação da companhia. A empresa vive, de acordo com analistas, agonia semelhante à vivida pela Varig no ano passado. A Alitalia teve seu processo de venda cancelado por falta de comprador em julho e prejuízo de 862 milhões de euros em 2006.

Para a Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), as operadoras saem com promoções para reverter as perdas com a reduzida demanda natural da baixa temporada.

As perdas sazonais se agravaram após os dois desastres aéreos. Mesmo na alta temporada de julho, as aéreas contabilizam queda na ocupação dos aviões. Na Gol, ela foi de 84% em julho de 2006 para 71% este ano; a TAM tem 74% ante 81% no ano passado, e a BRA, 74% ante 79%, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

No acumulado dos primeiros sete meses, a Gol caiu de 75% para 71%, a TAM, de 74% para 72% e a BRA, de 75% para 70%.

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