Fórum| Foto: Reprodução do site

O que você está fazendo? Isso é o que quer saber o site Twitter, uma rede social classificada como "microblog" que vem ganhando popularidade nos últimos meses. Se você já é usuário dessa tecnologia - algo ainda muito raro entre os brasileiros - pode escrever em seu celular a mensagem "lendo uma reportagem" e mandá-la ao Twitter, que publica os textos em tempo real. Essa informação fica disponível em sua página pessoal e também aparece na página principal do serviço, onde é possível acompanhar detalhes do cotidiano de completos desconhecidos.

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A nova alternativa com textos de até 140 caracteres - daí o nome "microblog" - pode não agradar em um primeiro momento. Afinal, "agora vou fazer pizza para as crianças", "ainda está chovendo" e "estou saindo, mas daqui a pouco volto" são informações sem potencial para mudar sua vida. Mas o aumento da popularidade do serviço está baseado no fato de ele ser fácil de usar e também de os internautas gostarem de acompanhar a vida alheia (o Orkut e os blogs estão aí para provar isso).

O serviço está disponível para os brasileiros, que devem usar o código "55" antes de cadastrar o número de seu celular. O problema é que, como a mensagem vai para o exterior, o preço do torpedo é mais caro - os clientes da operadora Vivo, por exemplo, pagam R$ 0,36 por mensagem "nacional" e R$ 0,80 pela "internacional". Assim, antes de viciar no Twitter, é bom checar o valor das tarifas com sua operadora.

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Essa alternativa que acompanha cada passo de seus usuários também pode receber textos escritos no próprio site ou via comunicadores instantâneos - o GTalk e o AOL Instant Messenger são algumas das (poucas) opções. Mas a graça está mesmo no uso do celular, já que dessa forma o usuário não precisa sentar em frente ao computador para manter os amigos, os conhecidos e também os desconhecidos informados sobre suas atividades (na última sexta-feira, por exemplo, a internauta Justine escreveu em inglês: "por favor, mulher atrás de mim. Será que você pode mascar seu chiclete fazendo mais barulho?").

Tendência

Criado em outubro do ano passado pela empresa norte-americana Obvious, o serviço utilizado em diversas partes do mundo vem recebendo elogios de peso. Jonathan Scwartz, diretor-executivo da empresa de tecnologia Sun Microsystems, afirmou que essa é a alternativa mais interessante desde o YouTube e tem potencial para atrair grande audiência. Já a revista "Business 2.0" admitiu em sua edição de fevereiro que ainda era muito cedo para identificar o fenômeno tecnológico de 2007, mas colocou o Twitter como um dos possíveis candidatos.

Alguns usuários apostam no crescimento do site para, de carona, também ganharem popularidade - será que o Twitter terá sua Lonelygirl15, personagem que ficou famosa graças aos vídeos postados no YouTube? Uma das pessoas que buscam esse impulso é John Edwards, candidato à presidência dos Estados Unidos, que descreve sua rotina no site. "Trabalhando com a população para dar apoio às nossas tropas e trazê-las de volta para casa" e "Elizabeth não estava ótima no [programa de] Larry King ontem à noite?" são alguns dos curtos textos que o político faz sobre suas atividades também as de sua esposa.

O candidato, assim como os outros usuários, tem um perfil bastante simples no site -- nele, é possível colocar o nome, uma curta biografia, o país de origem, o endereço de um site e uma foto. A página mostra o número de amigos daquele usuário (John Edwars tem 2.669), quantos acompanham seus posts no Twitter (2.574, no caso do político) e também quantos textos aquele internauta já fez.

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Para não virar um serviço tradicional de blog, o limite de cada mensagem fica em 140 caracteres. Quando o usuário ultrapassa esse número, recebe um puxão de orelha virtual: "Esse foi grande. Da próxima vez, use no máximo 140 caracteres", diz o texto escrito em inglês. Resta saber se os usuários da internet, já habituados a usar as redes sociais para se expressarem, realmente se acostumarão com a limitação - se a resposta for positiva, a revista "Business 2.0" pode ter acertado na sua previsão sobre a próxima revolução tecnológica.