| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo

Autorizados judicialmente a criar um sindicato próprio, motoristas vinculados ao Uber em Seattle, nos Estados Unidos, têm recebido mensagens e gravações produzidas pela companhia, que tenta impedir a sindicalização. O conteúdo compartilhado tem como objetivo convencê-los de que a iniciativa seria ruim aos próprios motoristas.

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O Uber alega que a criação do sindicato pode ameaçar a liberdade dos motoristas em trabalhar o tempo que desejarem, sendo muitas ou poucas horas.

“É totalmente impossível saber como o sindicato pode limitar o motorista, quando e onde ele poderá dirigir, até mesmo quanto de contribuição será cobrado”, afirma um gerente da empresa na região. Numa série de podcasts, executivos entrevistam motoristas e dizem que estão trabalhando para aumentar o uso de informações e reclamações dos ‘motoristas parceiros’ no negócio.

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Uma legislação aprovada em 2015 entrou em vigência neste ano, concedendo a 10 mil ou mais motoristas o direito de negociar tarifas e benefícios. Se criado, esse seria o primeiro sindicato de funcionários de um aplicativo no país.

A questão ganhou um tom ainda mais urgente após representantes dos motoristas entrarem em contato com o Uber e seu concorrente Lyft solicitando os dados cadastrais dos profissionais. Enquanto isso, a lei que autoriza a criação do sindicato têm sido contestada nas cortes, inclusive com ações apresentadas pela Câmara Norte-Americana de Comércio e por um grupo de 11 motoristas do Uber vinculados ao Comitê Nacional do Direito ao Trabalho.

Defensores da criação do sindicato dizem que a medida garantiria salários e condições de trabalho mais consistentes, além de impedir que os aplicativos façam alterações súbitas nas tarifas. O Uber chegou a sugerir que pode, caso o sindicato seja de fato criado, encerrar as atividades em Seattle.

A sindicalização dos motoristas, entretanto, não é o único problema encarado pela empresa de caronas remuneradas. Entre as recentes dificuldades estão acusações de assédio sexual feitas por uma ex-engenheira da firma, um processo judicial movido pela Alphabet alegando roubo de informações e um vídeo em que o CEO da empresa, Travis Kalanick, aparece tendo uma discussão acalorada com um motorista.

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