O comissário de comércio da União Europeia disse nesta segunda-feira (7) que vai tomar em breve medidas contra a Argentina, por causa da decisão de expropriar os ativos da espanhola Repsol na petrolífera YPF, apesar de não detalhar que ações estão sendo planejadas.
A decisão da Argentina de assumir o controle da YPF no mês passado irritou seu principal parceiro de negócio, que já estava perdendo paciência com as medidas protecionistas tomadas pela terceira maior economia da América Latina.
O comissário europeu de comércio Karel De Gucht criticou "a crescente tendência ao protecionismo na América Latina", em um discurso proferido em Bruxelas, nesta segunda-feira.
"Em breve nós prosseguiremos com uma resposta à ação argentina no caso Repsol", disse.
A Argentina se recusou a pagar à Repsol o valor integral pretendido pelo grupo espanhol como pagamento por sua parte na YPF. A empresa tem estado sob pressão intensa do governo de centro esquerda da presidente Cristina Kirchner para aumentar a produção.
Por outro lado, autoridades da União Europeia e da Espanha tem tido dificuldade para decidir sobre uma resposta. Ações duras são difíceis contra países que estão fora do mercado mundial de títulos de dividas e que ignorou todas as multas internacionais aplicadas em disputas anteriores.
De Gucht escreveu para o governo argentino para expressar as preocupações do bloco de 27 paises da Europa "a respeito do atual clima para negócios e investimentos na Argentina", criticando a tomada da YPF e também as dificuldades de entrada de importados.
A Espanha afirmou que vai introduzir medidas que podem restringir suas importações multimilionárias de biodiesel argentino. A Espanha comprou dois terços de todo o biodiesel exportado pela Argentina entre janeiro e marco deste ano, segundo a Câmara de Biocombustíveis da Argentina (Carbio).