A União Europeia (UE) está preparada para intervir e ajudar a Grécia a sair da crise financeira e as autoridades europeias trabalham nos detalhes relacionados ao mecanismo do plano de apoio financeiro ao país, disse o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, em entrevista ao jornal francês Le Monde publicada hoje.
Os ministros da zona do euro (grupo dos 16 países que adotam o euro como moeda) irão se reunir em meados de abril para resolver qualquer problema remanescente relacionado ao programa, acrescentou ao Le Monde. Os países da União Europeia já concordaram em lançar um mecanismo de ajuda à Grécia, caso o país exija assistência. O plano prevê empréstimos bilaterais para a Grécia por seus parceiros, em particular a França e a Alemanha.
"Faremos esse acordo ser operacional; não será crível até que seja operacional", disse Van Rompuy na entrevista. No socorro discutido para a Grécia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também participará. Van Rompuy afirmou que o FMI e as autoridades europeias estão de acordo em relação aos passos que devem ser tomados na Grécia este ano. Ele destacou que a maior parte dos recursos a serem emprestados virá de países da zona do euro.
Juros
A taxa de juro que a Grécia eventualmente deverá pagar para ter acesso ao pacote de ajuda financeira elaborado pela UE, com participação do FMI, ainda não foi decidida e será determinada quando for necessário, disse a porta-voz da Comissão Europeia, Amelia Torres. Os países da zona do euro concordaram que, se necessário, eles darão à Grécia uma série de empréstimos em concordância com o FMI.
Mas os detalhes sobre quando e como a zona do euro ajudará ainda estão sendo elaborados. "O único aspecto ainda desconhecido é a taxa de juro, que será trabalhada em momento adequado", afirmou a porta-voz. Outras autoridades da União Europeia disseram que o ponto em que a Grécia precisa chegar antes de pedir ajuda é outra fonte de debate. No acordo fechado em 25 de março, os líderes da zona do euro disseram que o financiamento à Grécia viria somente em último caso, quando o "financiamento via mercado fosse insuficiente".
Esta linguagem provocou dúvidas entre as autoridades da União Europeia, com alguns países dizendo que o custo para tomada de empréstimo pela Grécia é elevado o suficiente para justificar uma ajuda. A Alemanha, entretanto, acredita que a Grécia precisa provar que não pode tomar emprestado dos mercados financeiros, mesmo a taxas punitivas, antes de pedir ajuda aos estados da zona do euro.