Um novo pacote de ajuda financeira para a Grécia está em estudo pela União Europeia. A nova ajuda seria adicional ao empréstimo que já foi fechado em maio do ano passado. Estimativas levantadas pelo Banco Central Europeu (BCE) mostram que o país vai precisar de até 70 bilhões de euros adicionais até o ano que vem. Uma parte poderia vir de privatizações e do plano de austeridade. Mas o restante terá de ser emprestado pelos vizinhos europeus.

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Um alto funcionário do BCE citou que a Grécia poderia fechar um novo pacote de 20 bilhões de euros com a União Europeia e poderia levantar três vezes esse valor com novas medidas de austeridade, como a venda de propriedades do governo.

Lorenzo Bini Smaghi, integrante do comitê executivo do BCE, disse ao Financial Times que a Grécia vai precisar de 60 bilhões a 70 bilhões de euros até o ano que vem. Essa necessidade de financiamento poderia ser preenchida de várias formas, disse Bini Smaghi, indicando o que seria uma versão preliminar de uma ajuda adicional que deveria ser dividida entre contribuições de governo e do setor privado.

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O dinheiro do setor privado deveria vir das privatizações, assim como do alongamento dos investimentos de bancos gregos na dívida de curto prazo da Grécia. Da parte governamental, dois terços poderiam vir da zona do euro (cerca de 20 bilhões de euros) e o restante, do Fundo Monetário Internacional (FMI). Bini Smaghi disse que o plano precisa de "estudos adicionais" e iria exigir compromissos mais concretos do governo grego para sanear as finanças. Partidos políticos de oposição da Grécia, no entanto, discordam das novas medidas de austeridade que foram anunciadas e o governo falhou em conseguir um acordo multipartidário em torno dessas medidas.

Bini Smaghi rejeitou a necessidade de reestruturação da dívida grega, posição que já vinha sendo defendida pelo BCE. Ele argumentou que a reestruturação significaria um "desastre econômico, social e até humanitário de grandes proporções". Ele acrescentou que os bancos gregos podem renovar alguns de seus investimentos, de forma voluntária.

Alemanha

A Alemanha, que insistia na necessidade de reestruturação da dívida grega, estuda flexibilizar as exigências à Grécia para facilitar um novo pacote de ajuda. A informação foi publicada ontem no site do Wall Street Journal, que ouviu fontes ligadas à negociação. Segundo o jornal, o governo alemão admite que a Grécia precisa de mais dinheiro. Para facilitar essa nova ajuda, a Alemanha admite que a reestruturação da dívida não aconteça agora, ou seja, que a conta não seja dividida com investidores neste momento.

Em maio do ano passado, a Grécia fechou um pacote de ajuda com a União Europeia e o FMI no valor de 110 bilhões de euros, a ser liberado em parcelas. Mas o FMI ameaça não pagar a quinta parcela no fim de junho, de 12 bilhões de euros, se o país não tiver cumprido as exigências do acordo firmado no ano passado.

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