A União Europeia, através da Comissão Europeia e do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (MEEF), colocou para leilão com sucesso nesta segunda-feira (9) 3 bilhões de euros em bônus a 30 anos e com taxa de juros de 3,75%.
Da receita, Irlanda e Portugal receberão 1,5 bilhões de euros cada um como parte do resgate financeiro estipulado com a UE, informou o Executivo comunitário em comunicado.
Esta emissão é a primeira organizada pela UE para bônus com vencimento a 30 anos, prazo que não é usual, lembra a Comissão Europeia.
A emissão de títulos a 30 anos amplia a média do prazo do vencimento dos empréstimos da UE concedidos à Irlanda e Portugal e por isso melhoram a sustentabilidade de sua dívida e as previsões financeiras a longo prazo destes dois países.
Os bônus vencerão em 4 de abril de 2042 e oferecem um rendimento de 3,75%. A emissão foi realizada com juros 125 pontos básicos acima do "mid-swap", que é o índice de referência nas transações deste tipo.
A operação foi fechada em um prazo de duas horas, e com uma demanda por 5,2 bilhões de euros. A demanda foi principalmente da Europa, sobretudo da Alemanha (70%), Reino Unido (13%), os países da Benelux (8%) e Suíça (4%).
Por tipo de investidores, os fundos de seguradoras e de pensões lideraram as subscrições com 81%, seguidos pelos bancos com uma parcela de 18%.
Barclays Capital, BNP Paribas, Deutsche Bank e Goldman Sachs administraram a emissão, apoiados por Commerzbank, Crédit Agricole CIB, DZ Bank, ING, JP Morgan, Morgan Stanley, RBS e UBS. Irlanda e Portugal receberão os fundos no dia 16 de janeiro.
A emissão desta segunda-feira foi a primeira da UE em 2012. Em 2011, foram emitidos títulos por um total de 29,2 bilhões de euros através de 7 transações, das quais 28 bilhões se destinaram ao MEEF - 13,9 bilhões para a Irlanda e 14,1 bilhões para Portugal - e outros 1,2 bilhões foram desembolsados ao programa de empréstimos de balanço de pagamentos solicitado pela Romênia.
Trata-se de um mecanismo comunitário de ajuda financeira a médio prazo que permite a concessão de empréstimos a um ou vários Estados-membros que experimentem dificuldades ou graves ameaças de dificuldades em seu balanço de pagamentos por conta corrente ou em sua balança de capital, e somente os Estados-membros que não adotaram o euro podem se beneficiar.
O resgate da Irlanda chega a 67,5 bilhões de euros durante três anos, ao qual o MEEF contribui com 22,5 bilhões, enquanto a assistência financeira a Portugal soma 78 bilhões, sendo a contribuição do Mecanismo 26 bilhões de euros.
Os dois países recebem os fundos da UE através do MEEF, do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ao longo do ano, a UE pretende emitir mais bônus por 12,5 bilhões de euros para financiar os resgates da Irlanda e Portugal.