O Parlamento Europeu aprovou ontem novas regras que vão limitar os bônus dos banqueiros e reforçar a exigência de capital dos bancos, em um esforço para reduzir a tomada de riscos e ao mesmo tempo aumentar a disponibilidade de fundos para a economia real. Em uma votação, os legisladores aprovaram o acordo fechado na semana passada por negociadores parlamentares e representantes de países da União Europeia (UE), que agora precisará de sanção formal.
"Nós queremos que os bancos se concentrem não apenas em seus próprios pagamentos e bônus, mas mais em empréstimos e suporte à recuperação econômica", afirmou Arlene McCarthy, membro do Parlamento Europeu. Citando dados do Relatório de Estabilidade Financeira do Banco da Inglaterra (BOE), a parlamentar afirmou que os bônus e as exigências de capital são intimamente relacionados, porque se os bancos pagassem menos bônus poderiam gerar mais recursos para emprestar na economia real.
De acordo com as novas regras parte delas já será implementada em janeiro , os bônus em dinheiro serão limitados a 30% de um bônus total, ou 20% para bônus particularmente altos. Os bônus serão proporcionais aos salários e cada banco vai estabelecer um limite. Os bancos também terão de manter um montante mínimo de capital para garantir que eles cubram riscos operacionais e de investimentos securitizados complexos, como ativos lastreados em hipotecas, para evitar a repetição das perdas da crise financeira global. As exigências de capital terão efeito a partir de 2012.
Embora alguns países europeus já tenham imposto limites a bônus para banqueiros, as novas regras vão estabelecer orientações comuns para todos os 27 membros da União Europeia. Os governos da Alemanha e da França efetivamente já impuseram limites para os bônus, pressionando os bancos a colocar um teto no pagamento para executivos. As informações são da Dow Jones.