Recessão, desemprego e inflação. Com esse cenário, líderes da União Européia se reúnem para tentar limitar os prejuízos no continente. A fim de demonstrar união no combate à crise, os 27 países do bloco aprovaram um pacote inédito de quase US$ 3 trilhões. O encontro de cúpula termina hoje. Para aprovar o plano, os líderes tiveram de vencer a resistência de Polônia, Hungria e República Tcheca. O presidente francês Nicolas Sarkozy, no comando rotativo do bloco, afirmou que, pela primeira vez na história, um projeto econômico elaborado na UE inspira outros países no mundo, como os Estados Unidos.
O primeiro-ministro britânico Gordon Brown propôs a globalização da supervisão das instituições financeiras e uma reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI). Brown disse acreditar que a primeira fase da reação à crise foi a estabilização do sistema financeiro. "Agora, devemos passar à segunda fase: fazer com que os problemas, que como sabemos se iniciaram nos EUA, não voltem a ocorrer", afirmou. O líder britânico pediu ainda a criação de um sistema de alerta contra crises emergentes. Para transmitir confiança aos cidadãos, a Comissão Européia propôs duplicar a garantia dos depósitos para 100 mil euros, em caso de falência de bancos.
Fim dos paraísos
A França e a Alemanha também querem o fim dos paraísos fiscais como parte da reforma do sistema financeiro internacional. A proposta caiu como uma bomba na Suíça, país que depende dos bancos para gerar quase um quarto de seu Produto Interno Bruto (PIB). Ontem, falando à Assembléia Nacional, o primeiro-ministro francês, François Fillon, acusou os centros offshore de serem "buracos negros". "Eles não podem mais existir", afirmou. "O desaparecimento desses centros deve preceder a reforma do sistema financeiro."