O presidente do Banco Central Europeu (BCE), o italiano Mario Draghi, reconheceu nesta quinta-feira (24) em Roma que a União Europeia vive "um momento crucial" de sua história e que se faz "necessário" um pacto para o crescimento que respeite também a disciplina orçamentária.
"Para que o processo de integração da Europa sobreviva, é preciso dar um salto valente", disse ele em uma coletiva realizada na Universidade de Roma, La Sapienza.
Draghi reconheceu que a crise da dívida mostrou os pontos fracos do sistema e reiterou que é preciso um pacto para o crescimento econômico.
Esse pacto se basearia em "reformas estruturais" do mercado de trabalho e também em uma "reativação dos investimentos públicas" graças a maiores investimentos do BCE e a uma revisão da programação dos fundos estruturais europeus.
Draghi foi convidado a realizar uma coletiva sobre o desaparecimento, ocorrido há 25 anos, do prestigiado economista italiano Federico Caffé, que apoiava um modelo que garantisse o emprego e a proteção e inclusão social.
Na chegada de Draghi à sede da Universidade Romana, um grupo de estudantes protestou contra a política de austeridade que está sendo imposta pela União Europeia e distribuiu falsas notas de 50 euros com os dizeres "Não à austeridade, não ao BCE".
"As medidas extraordinárias adotadas pelo BCE nos permitiram ganhar tempo, defendendo a funcionalidade da política monetária e impedindo um colapso dos mercados bancários", disse Draghi, o que geraria, segundo ele, "consequências muito duras" para o trabalho e para a produtividade no velho continente.
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