Em tempos de Netflix e de aluguel de filmes pela internet, uma loja da Blockbuster ainda sobrevive, e sem a intenção de fechar. Com o encerramento das atividades de uma unidade da marca na Austrália, em março, sobra a loja que fica em Bend, uma cidade com menos de 100 mil habitantes no interior do Oregon, nos Estados Unidos.
“De início, a minha reação foi de entusiasmo. É demais saber que somos sobreviventes”, disse Sandi Harding, gerente da loja em Bend, em entrevista à revista americana Time. No entanto, ela diz que se sente triste ao saber que mais gente está perdendo o emprego.
“Como só restamos nós, isso ainda significa que está próximo o dia em que a Blockbuster terá desaparecido de vez”, completa Harding.
A loja, decorada com pipocas cenográficas no teto e computadores IBM dos anos 1990, não está com problemas financeiros. “Nós ganhamos de cinco a dez novos clientes por dia e todo o mundo acha que eu estou exagerando esse número, mas eu não estou, mesmo”, afirma a gerente.
Para Harding, a loja é mantida por esforço da população local e ela ainda acaba sendo um atrativo turístico da cidade.
“Bend cresceu muito nos últimos anos. Mas acho que, apesar disso, as pessoas realmente adoram comprar tudo por aqui”, diz ela.
“Eles sabem que o dono da loja mora a duas milhas [3,2 km] de distância daqui. Trabalho aqui há 15 anos e a maioria da minha equipe tem o mesmo tempo de loja. As pessoas valorizam isso”.
No Brasil, as Lojas Americanas chegaram a compra a BWU, franqueadora da Blockbuster no país, em janeiro de 2007. O negócio, à época envolvia R$ 186,2 milhões e 127 lojas em 12 estados. Oito meses depois, as lojas brasileiras ganharam o nome de Americanas Express Blockbuster.
Três anos depois, no entanto, a marca entrou em recuperação judicial e foi vendida por US$ 320 milhões nos EUA. Ainda em 2013, a controladora da Dish Network, dona das locadoras Blockbuster, comunicou o derradeiro fechamento de 300 lojas nos EUA devido à crescente concorrência da distribuição digital. Os canais de streaming e download começaram a chegar no Brasil três anos antes, em 2010.
