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orientação empresarial

Um bom conselho não tem preço

Rafael Bretas, diretor de criação da FOG: cliente paga pelo conselho conforme o retorno que tiver. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Rafael Bretas, diretor de criação da FOG: cliente paga pelo conselho conforme o retorno que tiver. (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

Atento aos efeitos que suas orientações tinham sobre os clientes da Agência FOG, onde trabalha, o diretor de criação Rafael Bretas decidiu estabelecer um novo parâmetro de consultoria. Ao longo do tempo, ele percebeu que nem sempre a empresa que atendia tinha a necessidade de contratar um trabalho formal na agência. Mas as orientações surtiam efeitos positivos e o cliente ficava satisfeito. “Decidimos criar um novo método de consultoria em que o empreendedor paga pelo valor que o direcionamento recebido trouxe ao negócio”, conta.

A função ganhou um nome imponente: “head of engagement”. Na prática, trata-se de um aconselhamento de marca, onde Bretas tem condições de fazer o diagnóstico da empresa e traçar o plano estratégico para alcançar o melhor resultado para o negócio. A diferença em relação às consultorias convencionais é o modo de remuneração pelo trabalho. O cliente vai pagar o que achar que deve, de acordo com o benefício que o aconselhamento trouxer para a empresa. “Acredito nos efeitos no longo prazo, na mola que pode gerar novos negócios. O que interessa é a parceria ganha-ganha”, diz.

Bretas pretende dedicar um dia da semana para fazer esse atendimento. Os clientes serão selecionados pelo potencial, infraestrutura e sinergia com o trabalho já desenvolvido pelo executivo. “Acho que é uma forma de contribuir para o ambiente de negócios e mostrar que as soluções não estão, necessariamente, em grandes investimentos”, afirma. Além do aconselhamento, a agência está investindo em criar espaços de troca de ideias e network. O Café Station, que funciona junto às instalações, é aberto ao público e deve ser o lugar de eventos dedicados ao empreendedorismo a cada 15 dias.

Conexões

Ampliar as conexões entre talentos, empreendedores, projetos e a sinergia com o ambiente e a sociedade. Esse é o objetivo do trabalho da Rede Ubuntu, formada por profissionais de diferentes áreas de negócios e desenvolvimento, criada há sete anos em São Paulo. “Ubuntu vem de um dialeto africano e tem o significado de conexão. Na coletividade, indica a parte de cada um em algo maior”, explica José Serria, um dos dirigentes da rede.

A iniciativa chegou a Curitiba no fim de 2014 e tem promovido eventos de fomento ao conceito de “eupreendedorismo” para estimular a geração de ideias e a troca de informações sobre novos projetos. No começo, os trabalhos são conduzidos para o resgate dos talentos individuais, desejos e habilidades. Esse desenvolvimento tende a gerar descobertas que podem evoluir para novos negócios. “Momentos de crise como o que vivemos são estimulantes para esses descobrimentos. E, a partir daí, podemos desenvolver competências”, diz Serria.

Além de orientar para encontrar o que cada um gosta de fazer e faz bem, os consultores estimulam o protagonismo. Em sete encontros, os participantes aprendem a elaborar um plano de ação que torne os projetos sustentáveis.

O programa, chamado Rede Ubuntu de Aprendizagem (RUA), aplica o conceito do vale quanto pesa. A partir de uma tarifa de referência – de R$ 1.120 no total –, o participante pode pagar de forma proporcional ao rendimento que a orientação agregou ao projeto.

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