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Internet móvel

Um brasileiro na linha de produção de Androids

Barra, em uma palestra proferida em Mônaco: preço de smartphones e de planos de dados vai cair | Rodrigo Sepulveda/Creative Commons
Barra, em uma palestra proferida em Mônaco: preço de smartphones e de planos de dados vai cair (Foto: Rodrigo Sepulveda/Creative Commons)

São Paulo - Há um brasileiro à frente do de­­senvolvimento de aplicativos e serviços da plataforma Android, o sistema operacional do Google para smartphones. Hugo Barra, 34 anos, nasceu em Belo Horizon­te (MG) apenas três anos depois da criação do primeiro telefone realmente móvel pela Motorola, o Dy­­natac 8000X, nos EUA. Ele atual­mente é diretor de produtos mó­­veis no Google e, a partir da sua experiência na área, acredita que 2011 será o "ano da virada" para smartphones e para as conexão móvel, não só nos países mais ri­­cos, mas também aqui, no Brasil.

Para ele, o preço dos celulares tende a cair muito até o ano que vem. Nesse cenário, o custo do plano de dados também passará a ser bem menor do que é hoje. "Vender um smartphone e não negociar um plano de dados não compensa, comercialmente falando. Isso vai mudar."

A história de Barra no mundo da informática internacional é marcada por duas características que se repetem entre os executivos das grandes empresas do se­­tor: qualificação acadêmica e empreendedorismo. Já formado no Brasil, com seu diploma de engenheiro elétrico, ele pegou um avião e voou para Boston, na costa leste dos EUA, para fazer mestrado em computação no MIT, um dos institutos de tecnologia mais im­­portantes do mundo. Lá, reuniu alguns amigos e, juntos, abriram uma empresa "bem fundo de garagem", a Lobby7, que desenvolvia tecnologias de reconhecimento de voz humana por máquinas.

Passado um tempo de trabalho, uma das maiores empresas do setor, a Nuance Communica­tions, comprou a empresa dos ra­­pazes. Barra virou diretor de produtos, cres­­ceu e assumiu a cadeira de di­­retor da empresa. Na Nuance foi um dos responsáveis pela produção do primeiro celular com o sistema operacional Android e motor de reconhecimento de voz.

Em Londres

Em 2007, o brasileiro Mário Quei­­roz, que na época era o responsável pelos produtos da área mobile no Google, sabendo do trabalho de Bar­­ra, o convidou para fazer parte da equipe no escritório de Londres – o maior do Google, excluindo-se a sede, na Califórnia. Três anos de­­pois, Queiroz deixou o setor para se dedicar à Google TV, e seu amigo mineiro assumiu a sua cadeira, pas­­sando a ser o responsável pelos projetos relacionados ao Android (e seus 500 engenheiros que trabalham dedicados à plataforma), apli­­cativos e todos os produtos do Google adaptados para a plataforma móvel (Google Mobile, YouTu­­be, Gmail).

Nesse período, o brasileiro participou de dezenas de projetos. Em um deles, o Google Buzz, in­­clusive gerou acusações de invasão de privacidade pelos usuários, por tornava exposta a lista de contatos com os quais o usuário havia se relacionado recentemente. Barra trabalhou em um mecanismo de geolocalização que exibia em tempo real no Buzz o endereço do usuário, mas rebateu a ideia de violação de privacidade dizendo que só de­­penderia do usuário, aceitar ou não o serviço. "Quem quiser, coloca."

Quando o assunto é Android, Barra fica animado e diz, orgulhoso, que o crescimento da plataforma se deve essencialmente ao tipo de ecossistema que o Google criou. Nesse meio, ecossistema é um ambiente no qual todos os elementos se relacionam em harmonia, neste caso ele se refere aos desenvolvedores (que criam no­­vos programas ou aplicativos para o Google), a em­­presa, os suportes e ferramentas para que tudo isso dê certo.

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