"DG" é como todo mundo na Organização Mundial de Comércio (OMC) se refere ao diretor-geral da instituição. Mas a abreviação ganhou outra conotação depois que o diplomata Roberto Azevêdo lançou sua candidatura ao comando da organização. "DG" virou "Damn Gourgeous", algo como "lindo para caramba", em inglês. Baiano de olhos verdes e inteligência para esbanjar, Azevêdo, de 55 anos casado com a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Azevêdo, com quem tem três filhas já tem seu fã clube na OMC. Mas, como a disputa está longe de um concurso de beleza, sua campanha se concentrou no essencial: embaixador na organização desde 2008, especialista em comércio e conhecedor da instituição, com fama de bom negociador "de consenso".
A expressão pode parecer dispensável, mas na OMC uma organização onde cada um dos 159 países-membros tem o mesmo voto e tudo deve ser decidido por consenso ter esta distinção faz toda a diferença. O ex-diplomata colombiano Ricardo Melendez Ortiz, no comando de um centro que acompanha de perto a OMC International Center for Trade and Sustainable Development ou ICTSD não tem dúvida. "Todo mundo em Genebra concorda que Roberto (Azevêdo) é um ótimo criador de consenso, que ouve a todos e tenta sintetizar o que ouviu em propostas que incluem visões diferentes", sustenta.
Seu maior rival na América Latina, o candidato do México Hermínio Blanco também é considerado um ótimo negociador, mas de outra característica. "Eis a diferença: Herminio (Blanco) é conhecido como um negociador duro. Já Roberto (Azevêdo), como um negociador que cria consenso. Isso pode ser uma vantagem para Roberto", explica Melendez.
Todo o trajeto profissional de Azevêdo foi o Itamaraty, onde entrou em 1984 e atuou em várias embaixadas por 17 anos. Em 2001, ajudou a criar Coordenação-Geral de Contenciosos do Itamaraty, que dirigiu até 2005. De 2006 a 2008 foi negociador-chefe do Brasil na Rodada de Doha. Desde então é o embaixador permanente do Brasil na OMC.
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