Rio – Você tem um site ou blog, gasta seu suado dinheirinho para manter domínio e hospedagem e nunca tem retorno algum (em $, claro)? Ora, dá para mudar esse quadro. Programas como AdSense, da Google, e Yahoo! Search Marketing fazem uma ponte entre patrocinadores de cliques e donos de sites ansiosos em garantir uns níqueis que pelo menos banquem a manutenção de seus espaços virtuais. Os programas tiram partido de uma rede de anunciantes interessados em aumentar a audiência de seus sites. Estes pagam a cada clique gerado pela página relacionada e, assim, criam um círculo virtuoso em que todo mundo ganha: o dono do site, o patrocinador e, claro, o manda-chuva (Google ou Yahoo!).

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O funcionamento é simples. O dono do site se inscreve diretamente nos sites dos programas, pega os códigos em html dos banners e passa a contabilizar cliques, que vão se transformar em... dinheiro.

Apesar de serem direcionados a pequenas e médias empresas, os programas de links patrocinados do Google e do Yahoo! também valem para pessoas físicas, desde que estas sejam proprietárias de sites ou blogs visitados por um número considerável de internautas. Para se cadastrar, o usuário vai direto nos sites dos programas. O do Google Adsense é www.google.com/adsense; o do Yahoo Search Marketing é searchmarketing.yahoo.com/pt_BR, nome novo do Overture. Depois de aprovado o cadastro, o site começa a contabilizar os dividendos a cada clique que os visitantes fizerem nos "ads" (pequenas caixas linkadas com anúncios, inseridas nas páginas do site). No caso do Google, quando o montante chega aos US$ 100 o participante recebe a quantia, enviada pela companhia, por cheque, via Federal Express. O Yahoo! deposita em conta-corrente.

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Paulo Afonso Teixeira, dono do Alma Carioca (www.almacarioca.com.br), participa do Adsense há anos e já conseguiu acumular uma graninha. Não fosse a dor de cabeça inicial para descontar o cheque – agora ele o faz no Banco Rendimento –, seria um cliente feliz.

Para aumentar o número de visitas no site, Paulo decidiu participar também do Google AdWords, programa no qual as empresas pagam aos sites de busca por uma melhor posição nos resultados das pesquisas, ou seja, para aparecerem primeiro que as concorrentes no resultado de buscas por palavras-chave. Para definir qual empresa vai aparecer primeiro, o buscador faz uma espécie de "leilão" de palavras-chave. "Livros", "Flores", por exemplo, valem ouro. A posição na busca vai depender, no entanto, não só do valor do lance como da relevância: quanto mais cliques um site receber através do link listado no serviço, melhor posicionado ele estará.

Só com publicidade, o Google, que detém 60% do mercado de buscas, faturou, diz Ricardo Vaz Monteiro, autor do livro "Google AdWords – a arte da guerra", a quantia de US$ 6 bilhões no ano passado; para este ano, a previsão é de US$ 9 bilhões. Ou seja, link patrocinado é um negócio da China. "No Brasil, o crescimento do investimento em publicidade online cresceu 19% de 2004 para 2005. O mercado de links patrocinados ainda não explodiu no Brasil, mas vai explodir", prevê Monteiro. E o que o Google AdWords tem a ver com o Google AdSense? Tudo, tudo mesmo. O Google AdSense leva os anúncios da rede de parceiros da Google (são mais de 150 mil empresas) até o site dos usuários, mesmo os menores. Através da inserção de banners "clicáveis" (personalizáveis pelo dono do site), os anunciantes garantem visitas a mais e estão dispostos a pagar por elas. Pouquinho, mas estão. Nem Google nem Yahoo! divulgam o valor de cada clique, porque a receita é dividida entre o dono do site e o dono do programa de relacionamento.